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PROJECTO NA BEIRA INTERIOR PREVÊ 10 MIL HECTARES DE OLIVAL BIOLÓGICO
Um grande projecto de agricultura biológica, que aguarda apoio do Ministério da Agricultura para ser concretizado, prevê a conversão e instalação de dez mil hectares de olival na Beira Interior, até 2013. O objectivo consta do plano integrado para o olival na Beira Interior, elaborado pela Espaço Visual, empresa de consultadoria e elaboração de projectos agrícolas, para a Associação de Agricultores para a Produção Integrada de Frutos de Montanha (AAPIM), sedeada na Guarda, disse hoje à Lusa fonte desta instituição.
Segundo José Assunção, presidente da direcção da AAPIM, o plano prevê a plantação de cinco mil hectares de novas plantações e de outros tantos de olival tradicional que serão convertidos no modo de produção biológica, em 24 concelhos da região. «Trata-se do maior projecto de agricultura biológica no país, que agora aguarda apoio do Ministério da Agricultura para poder ser concretizado no terreno», salientou o responsável, dando conta que o mesmo foi entregue em Novembro de 2007, na Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro.
Adiantou que o plano que aponta a produção de azeite biológico como uma das principais apostas para a fileira, foi elaborado com o intuito de tornar o olival da região da Beira Interior «profissional e competitivo» usufruindo como factor de impulsionamento dos Fundos do Plano de Desenvolvimento Regional previstos no Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) 2007-2013. «Penso que tem todas as condições para ser aprovado», garantiu o dirigente, recordando que já teve oportunidade «de apresentar este projecto ao Ministro da Agricultura e penso que reagiu bem, se bem que a própria Direcção Regional também tem uma palavra a dizer».
«Tenho toda a esperança que o projecto seja aprovado. É um projecto de competitividade que vai ao encontro aos desafios do Ministério da Agricultura no novo Quadro Comunitário», frisou José Assunção, indicando representar um investimento de 126 milhões de euros.
Reconheceu tratar-se de um projecto «ambicioso» para a região na medida em que «pode ser criador de emprego e de desenvolvimento regional». Salientou que a AAPIM, com 14 anos, tem desenvolvido «projectos de experimentação com vários universidades» que permitiram avançar com o plano agora divulgado.
O dirigente salientou que o programa traçado para a olivicultura na Beira Interior «é um projecto sustentável pela melhoria que provoca no ambiente e pela qualidade do produto». Disse que o olival representa «uma cultura importantíssima na região mas tem tido pouca importância nos últimos anos», daí a razão da candidatura.
A Beira Interior é actualmente a terceira maior região do país produtora de azeite, com uma área de olival de 52.643 hectares e 27.679 explorações. Além da aposta na produção de azeite biológico, o plano estratégico da fileira do olival incentiva ainda a produção de azeite virgem extra - a categoria mais valorizada e procurada no mercado -, prevendo mesmo que 90 por cento da produção da região dê origem a este tipo de azeite, referiu à Lusa José Martino, engenheiro agrónomo responsável pela empresa Espaço Visual, que elaborou o estudo.
«É importante investir na qualidade do olival, pois só assim é possível obter azeite de excelência, diferenciado e capaz de concorrer com os melhores», disse, salientando que a aposta vai para a variedade 'Galega', que é uma espécie de azeitona com grande tradição no nosso país, reconhecida a nível internacional, e com características «que tornam o seu azeite distinto e inconfundível».
De acordo com o plano estratégico, pretende-se exportar 60 por cento do azeite biológico com Denominação de Origem Protegida (DOP) da Beira Interior e comercializar com valor acrescentado no mercado nacional a restante produção, adiantou. «O tipo de azeite que se pretende obter em modo de produção biológica da Beira Interior terá excelente valorização nos mercados dos países ricos, nomeadamente Japão, Canadá e outros», assinala José Martino.
No plano agro-industrial, o plano elaborado pela empresa Espaço Visual sugere a instalação de mais três unidades de transformação em modo de produção biológica, que serão localizadas em zonas de produção geográficas distintas, ainda por definir. José Martino frisou que o plano integrado para o olival na Beira Interior prevê a criação de cerca de 2.500 novos postos de trabalho e a realização de um volume de negócios anual 46,8 milhões de euros.
O modo de produção biológica é um sistema de produção agrícola (vegetal e animal) que procura a obtenção de alimentos de qualidade superior, recorrendo a técnicas que garantam a sua sustentabilidade, preservando o solo e o meio ambiente, evitando o recurso a produtos químicos e adubos facilmente solúveis, privilegiando a utilização dos recursos locais.
[FONTE: "Diário Digital", 11-02-2008]

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