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A produção de uvas é uma novidade no Nordeste brasileiro
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UVA NO NORDESTE BRASILEIRO
DÁ DUAS SAFRAS ANUAIS

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A região Centro-Sul [do Estado do Ceará, no Nordeste do Brasil] amplia os cultivos na fruticultura. O município de Iguatu é pioneiro no plantio de uva. Este município, que já foi o maior produtor de algodão do Ceará, nas décadas de 1950 a 1970, e actualmente é um dos maiores produtores de arroz irrigado, mantém a vocação agrícola e começa a diversificar a lavoura. A produção de frutas nos últimos três anos vem ganhando cada vez mais espaço e a novidade neste segundo semestre é a safra pioneira de uva, num projecto que abrange quatro produtores, totalizando seis hectares.
As primeiras colheitas começaram numa área de 1,2 hectare (ha), localizada no Sítio Várzea de Fora, próximo à cidade de Iguatu. O produtor rural José Dantas foi um dos primeiros a aderir, no início do ano passado, ao projecto implantado pela Secretaria Municipal de Agricultura, em parceria com o Instituto Agropolo e com os produtores da região.
Nesta semana, Dantas colheu três toneladas de uva, da variedade Itália. “É uma colheita inicial, que a gente chama de safrinha”, explicou. “É um primeiro passo até para aprender com os erros”. Depois de um ano e meio de trabalho com a implantação do projeto, investimento e custeio, num valor total de R$ 80 mil [cerca de 30 mil euros], o produtor de uva mostra-se satisfeito. Em Dezembro, Dantas deve colher mais 12 toneladas.

QUALIDADE E SABOR

A uva dá duas safras anuais. Os dois primeiros anos servem para estabilizar a produção. A partir do terceiro ano, deve chegar a 50 toneladas por ano, por hectare. Essa é a meta dos produtores no município. “As nossas perspectivas são boas”, diz Dantas, que passou a ser conhecido como “Zé da Uva”. Na sua área, a colheita deve durar dez dias. “Em face da qualidade do solo, a produção foi antecipada em 20 dias”.
O que chama a atenção dos técnicos locais não é a produção de uva, pois há várias áreas implantadas no sertão cearense, mas a qualidade dos frutos, que apresentam elevado índice de açúcar. “Tem qualidade e sabor muito adocicado e por isso teve boa aceitação entre os consumidores”, confirma Dantas. A produção está sendo comercializada para o mercado local. O preço do quilo é vendido por R$ 2,00 [cerca de 80 cêntimos de euro] para um distribuidor de frutas da região.
De acordo com o secretário de Agricultura de Iguatu, Valdeci Ferreira, o mercado de frutas é amplamente favorável. No caso da uva também não há dificuldade de escoamento da produção. Ferreira comemora o resultado do crescimento do projecto de fruticultura implantado há três anos no município. “Temos um potencial de água e de solo e há várias instituições que trabalham com o sector agrícola”, observou. “Esse quadro é favorável para o desenvolvimento da fruticultura”.
Três anos depois, Iguatu já desponta como o maior produtor de frutas do Centro-Sul. Segundo a Secretaria de Agricultura, já estão em andamento e com elevada produção, 120 hectares de banana, 30ha de goiaba, 6ha de maracujá, 10ha de melancia, além de tomate, abóbora e milho verde.
“O primeiro passo foi sensibilizar os produtores e em seguida entramos com apoio técnico”, disse Ferreira. “Os produtores têm coragem de trabalhar, mas precisava de orientações técnicas adequadas porque não conheciam a tecnologia de produção de frutas”. De acordo com o secretário, os resultados são favoráveis. A maioria dos produtores já está ampliando as áreas.
O técnico da Secretaria de Agricultura, Venâncio Vieira, confirma a ampliação das áreas de frutas, com o cultivo de maracujá e goiaba, espécies já plantadas na região.
FONTE: “Diário do Nordeste”, 06-09-2008

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