Algumas Causas do Atraso no PRODER Investimentos

Esta manhã perguntava-me um amigo/conhecido, Director Regional de Agricultura e Pescas, qual a minha opinião sobre as razões que levam a este atraso na tramitação dos processos da Acção 1.1.1 do Programa de Desenvolvimento Rural (ProDeR).
As causas indicadas por mim foram as seguintes:
1 – O Gestor não tem autoridade sobre as Direcções Regionais de Agricultura e Pescas (DRAP) que fazem as análises dos projectos, estas trabalham com os meios que cada Director Regional tem disponíveis (há alguns meses atrás, um outro Director Regional queixava-se que o Sr. Ministro não lhe dava os meios humanos necessários – passado algum tempo houve concurso para novas admissões de pessoal; se tudo dependesse do PRODER, o gestor teria autonomia para contratar de imediato e consequentemente, o processo estaria mais avançado).
2 – As equipas das DRAP que analisam candidaturas são constituídas maioritariamente por membros sem experiência em projectos de investimento.
3 – A formação e informação dada pelo PRODER às DRAP não é a adequada para as necessidades. A aplicação informática onde corre as análises das candidaturas nem sempre funcionou e foi causa de grandes atrasos.
4 – Os concursos são nacionais, o que acarreta se houver uma DRAP que tenha um número muito elevado de candidaturas face às restantes, todas as candidaturas têm que esperar pela última que seja aprovada.
5 – A alteração de Gestor, nesta altura, vai trazer uma maior instabilidade ao processo, porque quem entrar de novo vai precisar de tempo para perceber a “máquina do PRODER”.

Comentários

Miguel Pinto disse…
A objectividade, conhecimento e capacidade analítica do autor deste blogue potenciam o desenvolvimento de um canal privilegiado para a discussão dos temas relacionados com a agricultura e desenvolvimento rural, para além de ser uma excelente fonte de informação. Nesse sentido, registo aqui também, o apelo à participação construtiva de outros actores e interessados no debate de ideias que certamente enriquecerá este fórum.
Relativamente ao tema, a minha dúvida centra-se fundamentalmente na estratégia que irá ser seguida pelo novo gestor do PRODER. Com as dificuldades inerentes da entrada num comboio que já partiu, a “instabilidade” pode advir não do “tempo necessário para perceber a máquina do PRODER” mas pela falta de tempo para a perceber e a necessidade de apresentar resultados, sob pena de parar "a máquina", que de si já parece quase estática face às necessidades e janelas de oportunidade.

Miguel Pinto
José Martino disse…
Agradeço a participção e comentário ao meu amigo. A estratégia que aconselharia ao novo Gestor do ProDeR seria de mexer o menos possível na "máquina" que terá de gerir porque esta com as medidas tomadas e com a pressão externa existente ela caminhará por si só na direcção e sentido em que está orientada e óbviamente se traduzirá na produção de resultados (aprovações e contratações de projectos). O perceber a máquina do ProDeR irá levar com que o novo Gestor faça pequenas intervenções inteligentes que potecializem os seus resultados. O maior perigo surgirá da grande tendência que existe na política e na administração pública portuguesa de quem entra de novo quer intervir em tudo, achar que há muitas coisas mal e vai querê-las mudar de uma vez só - resultado: irá obviamente parar a máquina do ProDeR durante pelo menos mais um ano. Estas são as minhas ideias e convicções. Espero novas ideias!

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