Mais algumas estórias da saga do ProDeR Investimento!







1 - Como não saem as aprovações ou reprovações das candidaturas dos concursos de Outubro de 2008 e Janeiro de 2009, cada proponente tenta saber pelos seus contactos informais como vai evoluindo a análise do seu projecto. Há uns que possuem influência política e até conseguem que a sua candidatura seja analisada (não conseguem a aprovação formal porque é necessário que todas as candidaturas do concurso respectivo onde se inserem sejam analisadas e até esta altura, não tem sido possível fazê-lo em todas as Regiões do País), há outros que através do “amigo do sobrinho” conseguem ter informação do que consta sobre a análise do projecto na base de dados do ProDeR, outros consultam o balcão do beneficiário todos os dias e ainda acalentam a esperança que a candidatura de Julho 2008 venha a ser aprovada porque apesar de terem recebido a carta a comunicar o indeferimento das candidaturas, pois tal informação não consta no balcão do beneficiário, outros que me pressionam para ser eu a obter informação, etc. etc. Em conclusão: este atraso na obtenção da informação dos resultados dos concursos desgasta-nos a todos: 1- Aos proponentes porque têm as suas vidas paradas porque não podem investir (precisam receber os apoios sobre os investimentos efectuados para realizarem outros novos investimentos ou para pagarem aos bancos ou familiares. Outro grupo de proponentes precisa saber se receberão os incentivos para darem inicio aos investimentos).2 – Aos projectistas porque todos os dias são bombardeados com questões do tipo: Como está o meu projecto? Quando será aprovado? A minha candidatura terá problemas? 3 – Aos responsáveis das DRAP, ProDeR e Políticos, os quais certamente serão pressionados para “fazerem andar o projecto A, B ou C”. 4 – Aos técnicos da DRAP e ProDeR porque são pressionados para darem informaçõesComo todos compreendem o desgaste psicológico é enorme em todos os agentes e este processo só irá parar com a comunicação aos proponentes dos resultados dos concursos. Faço votos para que seja no mais curto espaço de tempo!
2- No Call Center do ProDeR para onde falo praticamente todos os dias tenho feito contacto com novos técnicos. Afinal o número de técnicos no atendimento telefónico é superior ao que eu supunha. As informações que consigo obter são a leitura das Orientações Técnicas Especificas vulgo “OTE’s”. Como previamente, antes de telefonar, já faço a leitura destes documentos obtenho por norma a informação que já sabia, mas que não serve para esclarecer os agricultores. Como as OTE’s estão escritas em “POLITIQUÊS” ou mais concretamente em “PRODÊS” é necessário obter esclarecimentos claros sobre os estes esclarecimentos escritos. Resultado, em mais de 50% das questões telefónicas que faço ao ProDeR tenho que as colocar por escrito. Nota – há uma técnica que é mais diligente que os restantes, pois quando não tem resposta imediata anota o contacto telefónico e chama mais tarde a informar o que precisamos saber.
3 – As respostas do ProDeR às questões colocadas por email são obtidas, nesta altura, com atraso de algumas semanas. Quando obteremos respostas no prazo máximo de 3 dias? Estamos a entrar na fase crucial do período de candidaturas de Julho de 2009 e este problema traz-me preocupações acrescidas.

Comentários

José Martino disse…
Telefonou-me há pouco um amigo a dizer que leu este artigo e que na sua opinião o atendimento telefónio deveria ser eliminado e substituído por um sistema que fornesse respostas rápidas às dúvidas colocadas por email. Na minha opinião parece-me uma excelente ideia!
Miguel Pinto disse…
Numa perspectiva estratégica de prestação de serviços multicanal (canal físico = atendimento presencial; canal internet = interacção via Web ou e-mail; canal telefónico = call center) parece-me bem a complementaridade entre serviços e as opções de redireccionamento entre canais para esclarecimento de dúvidas específicas, normalmente não conseguidos pelo canal telefónico, dado que, este é habitualmente utilizado como filtro e para esclarecimentos simples suportados em sistemas de informação e procedimentos de atendimento (motivo pelo qual muitos colaboradores dos call centers prestam simultaneamente serviços de assistência a empresas distintas e possível razão para existirem mais do que o meu amigo supunha neste canal do PRODER).
O que já me parece menos bem é que um serviço de Call Center do PRODER sirva para obter “por norma a informação que já sabia, mas que não servem para esclarecer os agricultores”. Talvez esteja aqui uma oportunidade de melhoria em termos de eficiência operacional que pouparia custos significativos (tempo e dinheiro, ou melhor, dinheiro e dinheiro) a todos.
No que toca à existência de uma “técnica mais diligente que os restantes”, só posso concluir que a qualidade do serviço é função das características pessoais em detrimento das competências exigidas para a prestação da função (que deviam estar claramente definidas e suportadas em procedimentos de cumprimento obrigatório por todos). Esperemos que o profissionalismo e capacidade de resistência da referida técnica sejam as suficientes para que pelo menos um continue a perceber o verdadeiro significado de “qualidade de serviços” e quem sabe, com “muita boa vontade” consiga contagiar mais alguns.
O atraso de “algumas semanas” semanas nas respostas às dúvidas colocadas por e-mail, são a evidência da ineficiência no desenho da prestação de serviços multicanal.
José Martino disse…
O que parece evidente é que o desenho do serviço prestado pelo call center não foi desenhado e não possui arquitectura para dar uma resposta uniforme às questões colocadas. Já fizemos a experiência de colocar a mesma questão através de duas pessoas, com intervalo entre chamadas telefónicas de cinco minutos e já obtivemos respostas de teor complementamente oposto.Concordo que o call center bem padronizado através de um guião inserido no computador e cuja informação das questões colocadas fosse inserido pelo operador em programa informático, poderia ser uma ferramente poderosa para ajudar os responsáveis do ProdeR a perceber as dificuldades que sentem os seus utilizadores. Uma grande parte das questões colocadas têm a ver com a interpretação da lei e das Orientações Técnicas Especificas e têm como objectivo salvaguardar a posição e estratégia assumida na candidatura e destinam-se a defender essas teses em sede de vistoria (serviços das DRAP) ou auditoria (Entidade Externa contratada para o efeito). Neste sentido, o que serve é exlusivamente o documento escrito. Já nos aconteceu termos discussões, sobre pormenores do ProDeR, com ténicos do Ministério da Agricultura onde só conseguimos que aceitassem o que defendemos quando apresentamos os emails do ProDeR (aliás, só defendemos essas posições porque eram as que o ProDeR aceitava).
Jorge Carvalho disse…
Um desabafo...
o que me apraz dizer, porque fui vítima de toda a incompetência e burocracia do Ministério da Agricultura e de quem lhe está associado IFADAP/IFAP, isto no anterior quadro comunitário, é que este ministro é um NÃO MINISTRO!
Quando um agricultor sente que se a tutela não existisse a sua vida corria de igual forma, é muito grave... pois, ficamos com a sensação que não fazem lá nada...o que é verdade!
Apetece-me dizer que a agricultura e o estado das coisas estão assim, porque, nós agricultores, somos uns bananas, pois se fossemos de barba rija já este ministro, este ministério , este gorverno, estas políticas (e politiquices...) e este País teriam caído e das cinzas se teria erguido uma nova ordem!
Afinal de contas somos ou não somos o sector mais importante de qualquer país que quer ser próspero...??????
Martino, permite-me o desabafo... Obrigado por postares sobre coisas de facto com interesse para todos, espero que sirva de algo...
Abraço!
José Silva disse…
A propósito de "ba na nice", quem serão os candidatos a Ministro da Agricultura?

Por um lado, ajuda...
por outro, cria expectativa!
José Silva disse…
Como ajuad, deixo aqui um perfil

http://www.radiobras.gov.br/ministerio/lula_agricultura.htm

(fica como assessor?)
José Martino disse…
A minha opinião é que se os processos geridos/tramitados pelo Ministério da Agricultura funcionassem normalmente, cumprindo escrupulosamente os prazos legais, "não seria necesssário haver intervenções públicas da tutela".
Na N/ cultura pessoal e colectiva assumimos que os governantes são pessoas de elevado conhecimento, competências, mérito, com capacidade de liderança, mas na realidade são pessoas normais com conhecimentos limitados quanto à estratégia a seguir no desenvolvimento da agricultura portuguesa. Aliás, esta precisa na sua liderança de um conjunto de pessoas íntegras, verticais, com peso político para vergar o Ministro das Finanças e o Primeiro Ministro para concederem os fundos financeiros necessários para aproveitar os fundos finaneceiros disponibilizados pels União Europeiade. A realidade dos últimos anos indica que se devolveram fundos a Bruxelas porque não foram disponibilizados os fundos PIDAC da quota parte nacional correspondente.
Esta mudança de paradigma exige que se parem muitas das obras públicas faraónicas e se privilegiem os apoios ao investimento. Neste momento há dinheiro disponivel para os projectos porque a União Europeia autorizou que o défice ultrapasse os 3%. Será que a mesma facilidade continuará a existir entre 2010 e 2013? Tenho quase a certeza que não.
O que falta na agricultura e na sociedade portuguesa em geral é o aumento de massa critica. Muitos lêm este blogue e têm ideias sobre os assuntos. Quantos estão disponiveis para as expor publicamente?

Perguntam-se se a estratégia de implementar através deste blogue se vai traduzir em mudanças na agricultura portuguesa? Não sei, o que tenho a certeza é que se o não fizer a possibilidade de o conseguir será mais baixa. Sou um adepto do fim do jogo, vamos trabalhar todos os dias com o N/ melhor profissionalismo, com as N/ capacidades de montar estratégias, de produzir ideias, com a possibilidade de as darmos a conhecer, de captarmos mais gente que pense como nós e que esteja disponivel para lutarmos com "sangue, suor e lágrimas" para que esta letargia mude. Tenho a certeza que nunca nos renderemos, poderemos hoje estar isolados, mas num futuro próximo a N/ oportunidade de ditar as regras aparecerá e mostraremos que somos capazes de fazer melhor ou muito melhor.
José Peixoto disse…
Bom, proponho o seguinte: Já que do lado de lá levam os prazos EXTREMAMENTE a sério façamos o mesmo. Recordo que as candidaturas são electrónicas e a sua submissão 1 segundo após a hora é automacticamente rejeitada... Então aqui vai:

De acordo com o nº 15 da portaria 289-A/2008, que rege as candidaturas do PRODER, a DRAPN tem 60 dias úteis após o término de apresentação de candidaturas para emitir um parecer. Após essa data tem 35 dias úteis para uma decisão final.

Se não cumprirem esses prazos (que não estão a cumprir) invoquemos então TODOS o Artigo 108º do código administrativo (Deferimento tácito).

Ou seja: Cartinha registada a EXIGIR a aprovação automáctica das respectivas candidaturas, independentemente do cálculo de mérito ou viabilidade económica, etc. por falta de decisão nos prazos definidos por lei.

Se o Deferimento tácito é usado quando lhes convêm com o argumento que LEI É LEI então usemos das armas que a democracia (palavra bonita mas tão desprovida de significado por quem deveria garantir a sua execução)!
José Martino disse…
Gostei da ideia vou convencer alguns promotores a utilizá-la.
Depois darei notícas...

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