Morra a Feira Nacional da Agricultura! Viva a Feira do Ribatejo!

Há alguns que não visitava a Feira Nacional da Agricultura e Feira do Ribatejo, também conhecida por Feira de Santarém e como este ano havia na comunicação social muitas notícias sobre este certame resolvi despender um dia da minha vida para tentar aprender alguma coisa de útil sobre a agricultura. Infelizmente tenho de assumir este dia como tempo perdido.
Há perda de dimensão da Feira medida pelo diminuto número de stands com produtos e serviços para a agricultura e mesmo estes estão misturados com outros que nada têm a ver com a agricultura ou com o mundo rural (decoração de casas, etc. etc.).
Os eventos associados são colocados em cartaz sobretudo numa lógica de entretenimento, fórmula repetida nas centenas de feiras concelhias que acontecem por todo o Portugal, em lugar de acções específicas e únicas no Continente para chamar a Santarém os empresários agrícolas e as suas organizações.
Todos sabemos que os tempos actuais não são favoráveis para este tipo de Feiras. Apesar disso, na minha opinião, há lugar para um evento para os profissionais da agricultura que dure 3 a 4 dias, que tenha exclusivamente stands de produtos e serviços para a agricultura, o qual seja acompanhado por seminários, palestras, conferências, demonstrações de máquinas e equipamentos, etc. que sejam únicos em Portugal. Na base seria feito um trabalho aprofundado de prospecção sobre os produtos e serviços específicos para cada uma das principais fileiras da agricultura portuguesa e dos seus representantes. Deveria ser objecto de reflexão sobre a melhor metodologia para captar estes expositores e depois aplicá-la com coragem e persistência, acreditando que os objectivos serão conseguidos.Face ao exposto preconizo que a actual Feira Nacional de Agricultura seja transformada em Feira do Ribatejo para não se perder a tradição e o património existente e que a Feira Nacional de Agricultura seja realizada noutros moldes e noutras datas.

Comentários

José Silva disse…
Bom dia,

Partilho por inteiro desta abordagem. Uma FNA tem que ser outra coisa e tem que ser geradora de mais valias para o sector e para o país.
Será que é necessário formalizar uma petição com muitas assinaturas?

Até lá...
Anónimo disse…
Sim Concordo

Mas em seu entender quem deve organizar a dita Feira.

O Governo Através da Tutela ou as Associações/confederações dos Agricultures ou até porque não a Presidencia da Republica?

Pois no caso concreto da Feira ela está trasformada num certeme politico-sindical

Urge uma estrutura supra agricola - lançem o desafio á Presidencia da Republica para em parceria com o Governo organizar uma FNA util ao Pais e sem politiquices.

Francisco Terra
José Martino disse…
Quem organiza a FNA não me parece que seja um factor determinante. Na minha opinião a FNA pode continuar a ser organizada pelo CNEMA.
O que é importante é criar um método de trabalho (se for necessário posso-o detalhar)que leva a que os principais players do mundo rural participem nesta feira. Que se eliminem todos os stands que nada têm a ver com a agricultura e o mundo rural.Que se crie um programa de eventos paralelos e únicos que justifiquem que passemos em Santarém 3 dias das nossas vidas e que venhamos a dar o tempo por bem empregue em seminários, workshops, debates, conferências, apresentações de produtos e serviços, etc.
Porque é que, por exemplo, associações como a APK - Associação Portuguesa de Kiwicultores ou a Associação de Floricultores de Portugal (dou estes exemplos porque são do meu conhecimento pessoal)nunca participaram neste certame? Será que não poderiam organizar eventos paralelos?
A Associação Portuguesa de Horticultura,a Associação Portuguesa de Ciência de Solo, etc. etc. não poderiam organizar os seus congressos durante o período temporal da FNA?
Porque não um grande congresso sobre a agricultura portuguesa?
Um seminário organizado pelo PRODER? etc. etc.

A política é uma realidade actual com a qual temos de conviver. O que está errado é que em política se pessoalizem as posições. Se torno públicas as minhas opiniões, tenho a convicção que posso criar anti-corpos porque muitos se perguntam quais são os meus objectivos? Os meus interesses pessoais? Onde quero chegar? Quem quero atingir?
Há 3 meses atrás dizia-me um dirigente da fileira do kiwi, recentemente integrado nesta actividade, que a 1.ª questão que se lhe colocou foi, quais foram os motivos e interesses pessoais que levavam o José Martino e outros a fazer um trabalho de interesse público, o qual deveria ser feito pelo Estado, em prol do desenvolvimento da fileira do kiwi? (Depois de recolher a informação necessária e suficente achou normal o trabalho que desenvolvemos). Será que é crime querer defender a agricultura do meu país lutando para que esta seja desenvolvida? Incomoda algumas pessoas?
Claro que para mim é estimulante ouvir como aconteceu ontem da boca do Presidente da CCRDN que o trabalho que a equipa do projecto REFCAST, na qual me incluo, elaborou um projecto de interesse público.
O que me derrota é existirem propostas, lutarmos por elas até à exaustão e não conseguirmos implementá-las.
Tenho a espectativa que com mais persistência e novas metodologias a seu tempo lá chegaremos aos bons resultados!

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