A CRISE DO LEITE – PARTE 2

A minha participação no interessante debate que se está travar neste blogue:

Não se pode culpar a distribuição por vender leite a 0,39€/l de leite porque a competição é muito forte entre as diversas cadeias, o baixo preço do leite traz consumidores às lojas, praticam a margem de 0% na comercialização do leite das marcas brancas da cadeia porque o consumidor é muito sensível ao seu preço (este acaba por pagar a margem que a distribuição não lhe cobra no leite, quando adquire outros produtos).
Em conclusão, a distribuição não gosta da Lactogal e por isso coloca-lhe margem nas suas marcas de leite (a distribuição sente-se incomodada pela indústria que lhe fornece leite estar tão concentrada) o consumidor quer leite a preço baixo, não está sensibilizado para privilegiar a aquisição de leite nacional a um preço um pouco mais alto.

As questões levantadas são duas:
1-Como conseguir sensibilizar a distribuição para a promoção do leite nacional (promoção = divulgação e não abaixamento de preços)?
2- Como levar o consumidor português a preferir o leite produzido em Portugal?

Comentários

Anónimo disse…
.
Desculpem-me a ignorância ...
E aonde vai a Distribuição buscar o Leite para as suas marcas brancas?

Alexandre
.
Anónimo disse…
Ultimamente à Polonia e a Alemanha. No primeiro caso apesar de tudo acho possivel devido aos custos de produção neste pais serem baixos, mas na alemanha eu não acredito que seja possivel um agricultor conseguir sobreviver sem grandes apoios com este peços.
Carlos
Anónimo disse…
.
Mais um pedido de desculpas ...
Então, mas os apoios não são iguais para todo o espaço da União Europeia ... ?!?

Alexandre
.
José Silva disse…
...
Claro como leite (leitoso) ;-)
Anónimo disse…
.
Eu já disse que não tenho um conhecimento profundo do sector do leite, mas andei a fazer umas pesquisas; continuo sem certezas e sem sequer convicções fortes.
Como não sou politico, posso muito bem ser politicamente incorrecto, vou dizer sem papas na ligua as conclusões a que cheguei.

Se me conseguirem demonstrar o contrário ( daquilo que concluí ), não terei nenhum problema em mudar de opinião, e em pedir desculpas ...

Acho que a fileira do Leite, é de bem longe, aquela que mais apoios recebeu até hoje. Parece-me que em termos de infra-estruturas está muito bem equipada, principalmente a nivel da agro-industria.

Quando as coisas correram de feição, foi um fartar vilanagem, toda a gente sacou subsidios e viveu bem sem se preocupar com o futuro.
Os produtores nunca se preocuparam com a organização do sector e deixaram a Lactogal fazer uma grande concentração

Agora que as coisas se complicaram, acusam a Lactogal de abuso de posição dominante e dizem que a solução será mais concorrência.
Alguns produtores querem uma nova Unidade Industrial para poder concorrer com a Lactogal.
Isso não conduzirá a sobredimensionamento a nivel agro-industrial?
Não nos podemos dar ao luxo de sobredimensionar infra-estruturas num sector enquanto outros carecem dessas mesmas infra-estruturas.

A verdade é que, segundo as minhas pesquisas, a Lactogal recebeu vários apoios e inclusivé acho que é accionista maioritária na Central Hortofruticola de Sarazede ( Montemor ).
A ideia que fica, é que no sector do Leite existe pouca organização.

Cada vez estou mais convencido ...
A FILEIRA DO LEITE PARE SER COMPETITIVA PRECISA DE GRANDES AJUSTAMENTOS!

Para o sector do Leite ...
ACHO QUE CHEGOU A ALTURA DOS PRODUTORES PENSAREM MENOS EM APOIOS E MAIS EM ORGANIZAÇÃO!

Alexandre
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José Silva disse…
...
Já correu muita tinta sobre toda essa problemática.
Há muita capacidade instalada no sector (técnica, financeira, organizativa, humana).
Ao dizer-se que a promoção a 0,39€/L é uma ratoeira para vender outros produtos com margens compensadoras... está-se a admitir que a distribuição brinca com coisas sérias... e disso deviam tirar-se as devidas consequências.

Os produtores sabem do que falam: pagam-lhes 0,20€/L e eles pedem 0,45€/L. Será para dividir a diferença a meio?

Vem aí a AgroVouga (21 de Outubro) e já está visado o novo Governo:


http://anilact.pt/content/view/1053/96/
Anónimo disse…
finalmente sabemos onde esta o dinheiro que o sr. silva diz que pagou no PRODER.

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2009/10/12.htm
José Martino disse…
Eu acho que o modelo de produção deveria ser auditado pelo Ministério da Agricultura e com base neste trabalho deveria fazer-se uma reestruturação da produção de leite, aproveitando as ajudas do ProDeR para este efeito.
José Silva disse…
...
Creio não ser necessário que a auditoria seja feita pelo Ministério, havendo entidades vocacionadas para isso.

Em empresas certificadas, exige-se Manual da Qualidade (Processos, Procedimentos, Normas, Instruções, Controlo, Auditoria, Melhoria Contínua, Relatórios de Actividade e de Resultados).

Brasil
http://pt.engormix.com/MA-pecuaria-leite/noticias/seminario-producao-integrada-leite_14986.htm

Portugal
http://www.hipersuper.pt/2008/04/18/certificacao-de-produto-alimentar-leite/

O evento, intitulado “Desafios para a Competitividade na Fileira
do Leite” agregou um elevado número de interessados, que ouviram
atentamente as intervenções proferidas, que incidiram sobre o
“Licenciamento das explorações leiteiras” , a “Alimentação animal
como factor de competitividade na fileira do leite”, “Estrangulamentos
actuais na produção de leite” e “Adequar a produção de leite ao
produto”, a que seguiu um animado debate.

http://www.drapc.min-agricultura.pt/base/documentos/bol_informativo_6_0309.pdf
Anónimo disse…
Para os eventuais interessados, todas as comunicações do seminário "Desafio da Competitividade na Fileira do Leite" (realizado no início de Março, no âmbito da Agrotec, na Fil, em Lisboa e que contou com a participação de 240 pessoas) estão disponíveis on line, em:
http://anilact.pt/content/view/168/121/
PP
Anónimo disse…
Aproveito para incentivar a participação no evento Tr3s Dias com Queijo (www.tresdiascomqueijo.com), que decorrerá no final da próxima semana (22,23 e 24 de Outubro), no âmbito da Agrovouga, em Aveiro.
Esta iniciativa pretende essencialmente dinamizar o consumo e a cultura associados ao queijo.
Recorde-se que Portugal tem um consumo per capita de 10,5 kg/hab/ano, quando a média comunitária é de 23 kg/hab/ano e esse valor sobe para perto de 30 kg em países como a França, a Itália ou a Grécia.
Recorde-se ainda que num período em que o escoamento e a valorização da matéria-prima encontra tantas dificuldades, cada quilo de queijo é produzido com dez litros de leite e que se conseguíssemos que cada português consumisse mais um quilo de queijo por ano, estávamos a ganhar espaço para mais de 100 milhões de litros de leite.
Participem e divulguem junto dos vossos amigos e conhecidos.
PP
Anónimo disse…
Tenho acompanhado as suas intervenções públicas, não só neste blog, mas também na comunicação social. Tenho de lhe dar os parabéns pela sua entrevista recentemente ao jornal Grande Porto, onde falou sobre os dinheiros comunitários e o falhanço do sr. ministro Jaime Silva. Continue!

Manuel Santos
Pardal disse…
Eng. Martino, daqui a dias quando estiver no Ministério, espero ver a sua dinâmica a fazer a diferença ;)
Jorge disse…
1- Parabéns pela atitude crítica/construtiva
2-Temos de nos consciencializar da mais valia de consumir o que é nosso. As marcas que não tenham receio de o expor nos pacotes
3- há que induzir o receio do produto estrangeiro , inclusivé através da divulgação de mitos urbanos(ex.o leite da Polónia ainda está contaminado por Chernobyl, sabe-se lá há quanto tempo o leite holandês foi convertido em pó e depois reconstituído, etc...)
4-há que divulgar mais junto do público que ao comprar português garantimos a subsistência de uma família. Enfim há que aumentar a nossa auto-estima.

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