Serão os subsídios atribuídos aos agricultores a melhor forma de apoiar a agricultura portuguesa?

1-Os subsídios são uma forma pouco eficaz/eficiente de ajudar os agricultores porque:
a. Criam a sensação a alguns proponentes que é “dinheiro dado”, sem contrapartida de assumirem deveres/compromissos (créditos sem juros, por prazos alargados, teriam um efeito de maior responsabilização dos proponentes, forçando-os a estarem mais conscientes dos compromissos a assumir).
b. Quem não tem dinheiro ou acesso a crédito fica limitado na utilização dos apoios ao investimento (este sistema favorece quem já tem melhores condições de acesso às ajudas, não privilegiando quem tem melhor perfil para manter a sua exploração agrícola) pois como nas ajudas ao investimento é preciso pagar primeiro para depois receber as ajudas, privilegia quem tem melhores meios financeiros para desenvolver as suas explorações/empresas
c. As economias de escala das actividades não têm peso na atribuição das ajudas (deveria o Ministério da Agricultura criar condições para ampliar as superfícies das explorações – exemplo: ver ponto 5)
d. As ajudas ao rendimento deveriam ser atribuídas pelo valor necessário para manter o agregado familiar a viver nas zonas desfavorecidas (zonas de desertificação social) em lugar de ser atribuído por área de cultura, actividade ou exploração, tendo como contrapartida do agricultor, a manutenção da exploração agrícola e florestal cuidada.

2- A política seguida, ao longo do tempo, de mudanças nas regras de tramitação das ajudas, cria dificuldades acrescidas para atribui-las e obtê-las. Seria mais eficaz a manutenção do mesmo sistema com permanência dos seus pontos fortes e alteração/ melhoria nos seus pontos fracos.

3-O Estado Português deveria assumir, para cada legislatura, o valor orçamental que iria atribuir à agricultura, bem como a definição dos prazos de tramitação dos processos e o seu cumprimento escrupuloso e assegurar a transparência processual (acessível, antes da apresentação da candidatura, a informação sobre todos os pormenores de compromissos/documentos/regras para: análise, aprovação, contratação, pagamento das ajudas, controlo e auditorias).

4-O Estado devia contratualizar a 10 anos os serviços a prestar ao Mundo Rural pelas Organizações dos Agricultores, no âmbito do sistema de ajudas públicas à Agricultura Portuguesa.

5-Seria muito eficaz um sistema de apoios para apoiar a reestruturação fundiária das explorações, o qual tivesse por base a banca (tipo “crédito à habitação”) do que o actual sistema de ajudas

Continuará posteriormente….

Comentários

JRNA disse…
A dimensão da propriedade, sobretudo no norte, é realmente um factor limitante. Penso que é essencial promover a dimensão fundiária, através de um emparcelamento que seja digno desse nome! Esta poderia ser uma solução...
Anónimo disse…
.
1 - No suplemento de economia do Expresso do ultimo fim-de-semana, aprece um artigo em que a dada altura se afirma que a divida externa do País já ultrapassou os 100% do PIB.

2 - A continuarmos assim, qualquer dia tornamo-nos num Páis falido e ninguém se atreverá a emprestar-nos dinheiro. Para complicar as coisas, parece-me que na área da agricultura, este é o ultimo Quadro Comunitário em que conseguimos verbas elevadas para o investimento.

3 - Sem verbas Comunitárias e sem empréstimos do estrangeiro, a economia paralisa por falta de investimento.

4 - Precisamos agora de investimentos como de pão para a boca, e inevitavelmente de investimento produtivo, para revertermos a tempo e horas a dependência total do estrangeiro.

5 - Existem agricultores que recebem avultadas verbas anuais de ajudas directas ...
E que tal, a partir de um certo valor ( por ex. 20000 Eur ), só terem direito a essas verbas se o dinheiro for aplicado em investimentos???
Ou pelo menos uma parte ( por ex. 80% ) do dinheiro ter que ser aplicado em investimentos???
Ou entaõ escalonar as coisas???

6 - Se esse dinheiro não fosse aplicado em investimentos reverteria para o Pilar 2.

Alexandre
.
JRNA disse…
O problema é que não gastamos o dinheiro do 2º lpilar e já devolvemos uns milhões...
Anónimo disse…
.
E QUEM DISSE QUE O DINHEIRO DEVOLVIDO É DO PILAR 2 ... ???

Alexandre
.
JRNA disse…
Lamento, mas o diheiro que estamos a devolver e que tem sido noticiado é do 2º pilar ou seja, desenvolvimento rural!
Anónimo disse…
.
Dando de barato que seja do Pilar 2, isso também não é problema, porque não é de certeza verba referente a Investimento.

Acho que não será dificil negociar com a UE, e convencê-los a deixar passar eventuais verbas do Pilar 1 para reforçar o PRODER Investimento de modo a aumentar a produtividade da nossa Agricultura.

Não teriamos que devolver nenhum dinheiro ...

Alexandre
.
José Silva disse…
...
Penso eu de que...

Afinal, mesmo que não sejam, poderiam ser, desde que 'eles' deixassem passar...

Qual é o tema do 'post'?

Serão os subsídios a melhor forma?

Não:

1- a... b... c... d...
2-...
3-...
4-...
5-...
-> continua...
José Silva disse…
...
Apoios agrícolas
Em Portugal, cada agricultor que beneficia de apoios comunitários recebeu, em média, de Bruxelas, um cheque de 2.600 euros a título de
subsídios à agricultura, de acordo com dados da Comissão Europeia referentes a 2008. Os dados utilizados pela Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), num recente relatório sobre a economia europeia, diz que Portugal
recebeu 600 milhões de euros e cada
hectare de solo nacional semeado rendeu pouco mais de 165 euros, um dos mais pobres da União Europeia (UE). Segundo o documento, entre as 27 nações da UE, apenas os agricultores de Malta, Lituânia,
Letónia, Polónia e Eslóvenia recebem menos que os portugueses. Cada grego recebe pouco mais que o português, mas, por hectare, consegue um "rendimento" de 542,4 euros, o triplo do auferido pelo típico agricultor português com acesso aos subsídios de Bruxelas, e os espanhóis recebem o dobro dos subsídios dados aos agricultores nacionais. Os gregos estão no
topo da "colheita" em euros por hectare, o que é explicado pelos níveis de produtividade do solo, mas é na República Checa que se obtêm maiores rentabilidades, já que a concentração das propriedades é maior, ou seja, o agricultor checo arrecada 48,27 mil euros.
Fonte: DN e Confagri

Influências do Silva... ou do Portas? Ou do Lavrador Portuga?
Ou da Mentalidade Lusa? Ou da Subsido-dependicite?

Vinho do Porto / Cortiça / Escutas / Asfixia / ...
Anónimo disse…
Que grande confusão. Isto é assim:

1º Pilar - ajudas directas
2º Pilar - desenvolvimento rural

PRODER = Desenvolvimento rural

Modulação obrigatória e voluntária sobre as ajudas directas.
Anónimo disse…
.
Pois, é bom clarificar as coisas!

1 - Actualmente, com a Modulação Obrigatória, podem-se passar essas verbas do Pilar 1 para o Pilar 2.

2 - « Existem agricultores que recebem avultadas verbas anuais de ajudas directas ...
E que tal, a partir de um certo valor ( por ex. 20000 Eur ), só terem direito a essas verbas se o dinheiro for aplicado em investimentos???
Ou pelo menos uma parte ( por ex. 80% ) do dinheiro ter que ser aplicado em investimentos???
Ou entaõ escalonar as coisas??? ».

3 - « Se esse dinheiro não fosse aplicado em investimentos reverteria para o Pilar 2. »
Mais concretamente, à rubrica referente ao PRODER Investimentos.

4 - Estou apenas a utilizar um expediente que já se utiliza com a Modulação Obrigatória ...
QUAL É A DÚVIDA ... ???

5 - Vamos imaginar que Portugal tem direito a 500 milhões de Euros de Ajudas Directas.
Vamos imaginar que um determinado agricultor ( A ), desses 500 milhões, tem direito a 200.000 Euros.

6 - Porque é que o Estado há-de dar-lhe esse dinheiro de mão beijada?
No que é que ele ( A ) vai gastar esse dinheiro?
Vai fazer vida de Berlusconi?
Prostitutas de luxo?
Iates?

7 - Eu acho que o agricultor A só devia ter direito ao dinheiro ( 200.000 Euros ) se o investisse.
Se não fizesse investimentos, perdia o direito e ele, e o dinheiro passava para o Pilar 2 ( PRODER Investimento ).

QUAL É O STREES ... ???

Alexandre
.
Anónimo disse…
Na0 se entende nao poder o agricultor constuir a sua habitaçao dentro da sua exploraçao
será assim que se quer fixar á terra os poucos que nela ainda querem trabalhar?
Vamos morrer de fome os terrenos agricolas deviam ser imensamente valorizados porque podem produzir num pais com fome, mas nao os que dao para construçao é que valem, está tudo errado nesta tasca que pretende ser pais.

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