É preciso aprofundar a experimentação e investigação no Ministério da Agricultura

Tenho nos últimos dias visitado terrenos para avaliar o seu potencial produtivo ao nível de clima, solo, disponibilidade de água, etc. Analisando o momento actual face ao inicio da minha carreira verifico que praticamente desapareceram os serviços de Extensão Rural no Ministério da Agricultura, pois há mais de vinte anos nas Direcções Regionais de Agricultura existiam técnicos especialistas em culturas e áreas para o seu apoio (fertilidade, fitosanidade, etc.). É do meu conhecimento que mais tarde houve uma decisão política de passar os técnicos da extensão rural, os técnicos de campo/família para as Cooperativas e Organizações de Agricultores. Apesar desta mudança, que na minha opinião seria positiva, o Ministério da Agricultura não podia ter feito desaparecer as estruturas de apoio de retaguarda que existiam nas Direcções Regionais de Agricultura e Pescas, os técnicos especialistas, os laboratórios, os ensaios de campo, etc. para que os técnicos pudessem estar municiados com conhecimentos técnicos actualizados, eficazes e adequados para que o seu trabalho seja reconhecido e pedido pelos agricultores.

Defendo que nos serviços do Ministério da Agricultura deveria existir uma forte componente de experimentação e investigação, pedida e acompanhada pelas organizações regionais dos agricultores. Esta estratégia seria mais um instrumento para o desenvolvimento eficaz da agricultura portuguesa.

Nota: Para todos aqueles que defendem a privatização integral da experimentação e investigação em agricultura, convido-os a visitar os serviços da DRAPC na antiga estação agrária de Viseu e a verificar os trabalhos que os colegas Francisco Fernandes e Arminda Lopes têm desenvolvido em macieiras e a responder com honestidade à questão: quem fora do Ministério da Agricultura tem condições para continuar e aprofundar este trabalho com as macieiras?

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