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A mostrar mensagens de dezembro, 2010

Artigo Voz do Campo n.º 139 - Novembro, Dezembro de 2010

Escrevi na Voz do Campo o seguinte artigo: HÁ ESTRATÉGIAS NO DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA PORTUGUESA QUE PODEM AJUDAR O COMBATE À CRISE ECONÓMICA O debate do Orçamento de Estado na AR, nos últimos dias, confirmou aquilo que se vislumbrava: Portugal é uma empresa perto da falência. No início da minha vida profissional, vivi por dentro uma situação desta natureza. Aprendi algo que nunca mais esqueci e que procurei adaptar às diferentes circunstâncias que se me foram deparando – numa empresa perto da falência, sangue frio, racionalidade e estratégia é coisa que não existe. O que existe é mero instinto de sobrevivência e imediatismo. Não se pensa como ultrapassar a situação mas em nos mantermos vivos no dia seguinte. É isto que está a acontecer a Portugal. O Governo já não tem capacidade para pensar, para delinear um plano e uma estratégia – quer apenas tentar “salvar a pele”. Ora, do que Portugal precisa é daquilo que os actuais governantes já não podem dar, por desespero. Portugal prec

Artigo na Gazeta Rural n.º 146 - Dezembro 2010

Publiquei na Gazeta Rural n.º 146, Dezembro de 2010 o seguinte artigo: Prioridade à Agricultura José Martino (Engenheiro Agrónomo) António Serrano, ministro da Agricultura, anda num frenesim. O até agora discreto governante parece ter tido um súbito ataque de mediatismo e, nos últimos dias, não tem parado de aparecer e de falar à comunicação social. Agora foi a vez de se pronunciar sobre a racionalização do açúcar, para apelar à calma, para pedir que não haja açambarcamento, para garantir o regresso à normalidade e a manutenção do preço do produto. Antes, para garantir, a curto prazo, a reposição dos stocks. Há dias, para se contentar com o maior volume de exportações de sempre do vinho nacional. Antes ainda, para revelar a aprovação de medidas de emergência para acorrer aos prejuízos causados pelo tornado. Uff! Já se percebeu, há muito tempo, que o actual ministro da Agricultura não é um político, na acepção da palavra, mas mais um estudioso e um técnico. Isso não o faz mais, nem men

INE confirma: Agricultura em queda

O Instituto Nacional de Estatística confirma que nos últimos dez anos a superfície agrícola recuou 450 000 hectares, a dimensão média das explorações aumentou 2,5 hectares em termos da Superfície Agrícola Útil (SAU)para os 11,9 hectares, embora 75%das explorações tenham menos de 5 hectares. Estes dados são mais uma justicação sobre o que defendo para o desenvolvimento da agricultura portuguesa: 1 - Cadastro da propriedade rústica em dois anos para identificar quem detém a terra em POrtugal e sobretudo os detentores dos terrenos abandonados. Criaria muito emprego para jovens técnicos desempregados e a partir do 3.º ano incrementaria o valor dos impostos arrecadados sobre os prédios rústicos. 2 - Banco público de terras, com o objectivo de aumentar a superfície média por exploração e combater o abandono das terras agrícolas. 3 - Pagamento atempado das ajudas, tem por meta incrementar a confiança nos empresários agrícolas porque sabem as datas em que receberão as ajudas públicas a que têm

Coisas que nunca deverão mudar em Portugal

O embaixador britânico em Portugal, Alex Ellis, antes de deixar o posto, publica no jornal Expresso do Sábado 18 de Dezembro de 2010, um artigo com o titulo deste post. Não resisti a escrever sobre o assunto porque me identifico com o descrito: começa por recorrer a "Os Maias" de Eça de Queiróz, o livro que mais admiro, para descrever a atitude dos portugueses sobre o nosso próprio país e de seguida inumera "dez coisas" boas que Portugal possui e que "espera", espero que nunca mudem em Portugal. A n.º 8 é a mais fantástica, vou descrevê-la: "Mulheres. O Adido de Defesa da Embaixada há 15 anos deu-me um conselho:"Jovem, se quiser uma coisa para ser mesmo bem feita neste país, dê a tarefa a uma mulher".Concordei tanto que me casei com uma portuguesa". Se tenho algum sucesso na minha vida deve-se à minha mulher, irmãs, cunhadas e às minhas colaboradoras na Espaço Visual, na LIPOR, APK, etc. Sempre acreditei e assumi que as mulheres portugu

Portugal precisa quem lute por ele!

Ontem tive a oportunidade de almoçar com um amigo que é Director Geral de um Ministério que não é nem da Agricultura, nem do Ambiente, o qual me dizia "temos de convencer os N/ filhos a deixar Portugal porque este país e esta gestão política, quer de quem está no poder, quer quem se perfila a prazo para o asssumir, não têm capacidade para levar gente séria e honesta para responsáveis políticos, que não cedam a lóbis, que coloquem os interesses de Portugal acima dos interesses das máquinas partidários e dos interesses pessoais". Dizia mais:" está montado um sistema de controlo pelo tribunal de contas que se preocupa com os aspectos formais da decisão (prazos, assinatura, etc.) e não com os seus resultados que as acções contribuam para um Portugal melhor". Conclusão, a máquina do Estado está voltada para si própria para cumprir as formalidades e esquece os resultados das políticas, servir os portugueses! Pela minha parte tenho feito um caminho em prol da cidadania e

Apelo à mudança no MADRP!

Ontem tive a oportunidade de falar com um ex- Director Geral do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas (MADRP)que me confessava que tendo ganho distanciamento relativamente à vivência dos problemas do quotidinao do MADRP que conseguia vislumbrar, agora que passaram anos, que o principal problema deste Ministério era o mau funcionamento dos seus serviços, demasiados atrasos na tramitação dos processos, produção de resultados fora de tempo, processos kafkianos, etc .etc. (se lhe perguntassem o mesmo quando estava no activo justificaria os problemas com outros diferentes e diversos argumentos). Apontava como causas para este principal problema do MADRP a falta de consciência para ele por parte dos seus responsáveis políticos e consequentemente, ao nível dos directores gerais e chefias intermédias. Sem vencer esta batalha de colocar "as máquinas do MADRP" a cumprir os prazos legais para tramitação dos processos burocráticos não é possivel ver no terreno uma no

Independência de Portugal

No dia de hoje celebramos o dia da Independência de Portugal, o qual me trouxe à reflexão a importância que a agricultura nacional pode vir a ter nos manter como país livre e independente. Temos que resolver no curto prazo os dois principais estrangulamentos estruturais que nos impede de desenvolver a agricultura portuguesa: a dimensão das explorações agrícolas e a falta de água para regar. O banco/bolsa público de terras e o cadastro são dois instrumentos fundamentais para incrementar o tamanho das explorações agroflorestais. O Desenvolvimento do regadio deve passar pela construção das infra-estruturas necessárias para tal e pela elaboração dos planos de a acção para se desenvolverem actividades nos solos que passarão a ser regados. Na minha opinião é lamentável o que se está a passar com o regadio do Alqueva em que há solos que podem ser regados mas falta quem os explore. Espero que este problema seja rapidamente ultrapassado. Os próximos 1000 dias irão ser determinantes para se mant

Carlos Neves

A fileira do leite tem vários actores que merecem a minha admiração pessoal. Uma dessas pessoas é o Carlos Neves, produtor de leite e presidente da direcção da APROLEP - Associação dos Produtores de Leite de Portugal. Promoveu o aparecimento desta Associação no momento mais díficil para os produtores de leite, qualquer outro escolheria melhores dias para o fazer e tem exercido a sua magistratura de influência dentro e fora do sector do leite de uma forma ponderada e muito responsável. Escolheu o caminho mais díficil, mas na minha opinião, o mais acertado, construindo soluções nos locais adequados e com as estratégias certas quando a situação apontaria para as vias mais simples e demagógicas. Estou certo que irá ter sucesso, pois tem trabalhado de forma persistente e árdua para encontrar soluções para rentabilizar a fileira do leite. O Carlos Neves e outros do mesmo calibre que lutam para desenvolver a agricultura portuguesa, podem contar com a minha solidariedade e ajuda!