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A mostrar mensagens de agosto, 2014

A nova agricultura

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A nova agricultura José Martino (engenheiro agrónomo) josemartino.blogspot.pt  Portugal precisa de mais criadores de negócio, vulgo empreendedores. Estes não nascem de geração espontânea, nem aparecem por decreto-lei. Um criador de negócios é alguém que deve saber construir o seu plano de negócio, o seu projecto de investimento. É nesta fase que o Estado tem um importante papel a desempenhar, atra vés das suas diversas estruturas. O GPP (Gabinete de Planeamento e Políticas), por exemplo, estrutura dependente do Ministério da Agricultura e do Mar, deve ser a “via verde” para definição do rumo a seguir pelas agriculturas em Portugal. Deve caber ao GPP a elaboração de planos estratégicos de fileiras que enquadrem os novos criadores de negócios a terem um quadro preciso, estável e credível sobre para onde canalizarem os seus projectos. Depois, numa segunda fase, deviam surgir as “incubadoras low-cost”, onde o criador de negócio teria acesso às ferramentas adequadas para c

Vidigueira: o que cultivar?

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Maria do Céu  disse... Boa tarde. Adorei o seu blogue e o interesse que desperta nesta área, assim decidi solicitar a opinião do Sr. Eng. José Martino. O meu pai tem uma quinta com 6 hectares junto ao IP2 em Vidigueira. O pomar está velho e teria que investir muito nele e eu pensei num projecto no âmbito do Proder, que seria um misto de turismo rural e cultivo de algo que fosse rentável dentro das novas fileiras do momento, ou não. Pensei em alfazema, parece que apenas existe um produtor em Portugal, ou outro tipo de frutos que desse no nosso micro clima. Gostava de ouvir a opinião do Sr. Eng. Obrigada Comentário:  Bom dia Maria do Céu. Agradeço as suas palavras. Sugiro-lhe, para ter um primeiro enquadramento do que pretende fazer, que envie um email para dep.comercial@espaco-visual.pt. Terei, posteriormente, todo o gosto em ajudar.

Comentários anónimos, NÃO!

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Quando, há seis anos, lancei este blog, estava longe de pensar na implantação que o mesmo iria ter no mundo agrícola. Muitas vezes dou comigo a reflectir sobre este impacto. Constato que a esmagadora maioria das pessoas ligadas ao mundo rural e agrícola que assiste às palestras, seminários e conferências em que sou orador, aborda-me no final para falar sobre o blog. Reconheço que é algo que me deixa orgulhoso e com uma pontinha de vaidade. Hoje, mais de 1 milhão de "page views" depois, este blog é, provavelmente, o mais lido de todos os que se dedicam às questões agrícolas. Isto não só faz aumentar a responsabilidade como obriga a um rigor e a uma monitorização mais apertada. Recebo diariamente dezenas de emails no blog. O tempo e o esforço que emprego a responder a esses emails obrigam a uma triagem, pelo que alertei os meus leitores que só responderia a quem se identificasse e anexasse um contacto (email e/ou telemóvel). O meu voluntarismo e a minha paixão pela agric

Certificação: a qualidade reconhecida

Desde que colaboro com a “Vida Económica”, já lá vai quase uma boa meia dúzia de anos, a agricultura mudou muito em Portugal. Tenho a felicidade de ser um espetador privilegiado desta evolução. Estou todos os dias no terreno junto de agricultores, jovens e mais antigos, de agentes públicos, de entidades administrativas, de empresas, de autarquias, de universidades. Aprendo todos os dias como se deve e como não se deve fazer. O mundo rural é uma fonte inesgotável de surpresas, positivas e negativas, de conhecimento, de filosofias de vida e de gestão. Como disse, acompanho toda esta torrente de vivências pessoais e empresariais a par e passo. Muito do que vejo, falo e aconselho, aproveito para dar conta aqui, neste espaço de opinião que chega a muita gente. É um dever que tenho, o de aconselhar, alertar, apoiar e ajudar a construir um mundo novo na agricultura portuguesa. Um mundo baseado na competência, no empreendedorismo rigoroso e que se traduza em dar valor acrescentado à

"Criadores" vs empreendedores

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Os “criadores” de negócios agrícolas José Martino Consultor agrícola Quando estava a preparar a elaboração deste artigo, ouvi na televisão Bagão Félix, ex-ministro das Finanças, dizer que não gostava da palavra “empreendedorismo”, preferindo a palavra “criar”, “inovar”, “inventar”. Dizia isto enquanto apresentava como boa notícia do dia uma criação ou invenção de um “empreendedor” jovem português. Como disse no início, estava a elaborar este texto quando ouvi isto da boca de Bagão Félix. Ora, a minha intenção era falar do “empreendedorismo agrícola”. Hesitei logo em usar a palavra. Depois pensei que a palavra “criar”, mais curta e fácil de pronunciar, talvez faça mais sentido. Vou, por isso, seguir a opinião de Bagão Félix e passar a utilizar a expressão “criar negócios”, em vez de “empreendedorismo”. Na verdade, é disso que se trata, de criar negócios. E é isso que falta a Portugal. As razões são muitas e variadas. Desde uma cultura económica e financeira m

A vez da economia real

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A vez da economia real José Martino Empresário e Consultor Agrícola A crise do BES veio pôr a nu uma verdade gritada a plenos pulmões há muitos anos: a economia real é feita por pessoas como eu e o leitor. Pessoas que sabem quanto custa uma bica, um bilhete de metro, a bandeirada de táxi ou quanto custa montar uma empresa, os dias do mês para pagar às Finanças, muitas vezes pagamentos por conta de IVA e IRC, à Segurança Social e salários. Vivo da e para a agricultura há tempo demasiado para saber bem o que é a economia real. Vejo todos os dias gente como o leitor a mexer na terra, a semear, a colher o fruto e a vendê-lo. Vejo há muito tempo gente a investir com o seu dinheiro e com o dinheiro dos bancos e dos fundos comunitários não na compra de acções ou de outros produtos financeiros, mas na compra de terra, na compra de maquinaria e factores de produção, na aquisição de mais formação e conhecimento, na contratação de mais funcionários. Assisto com gosto e com

A vida tem de continuar

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A vida tem de continuar por José Martino, Empresário e consultor agrícola Numa altura em que graves problemas assolam uma instituição financeira de prestígio, devo dizer que o que mais me tem tranquilizado, e me continua a fazer acreditar na solidez do nosso sistema bancário, não são as palavras que tenho ouvido aos mais altos responsáveis do Governo e do Banco de Portugal. Elas são bem-vindas mas não passam, para já, de meras manifestações de intenção. O que realmente me tem tranquilizado é o comportamento sereno e imperturbável das outras instituições financeiras que são o núcleo duro do nosso sistema bancário. Numa altura em que o regime parece ruir à nossa volta e que cresce na população um sentimento de crescente distanciamento da classe política e governativa e da própria democracia, é reconfortante ver um importante banco apoiar e debater o "estado da nação" agrícola. E perceber que a vida das empresas, das instituições financeiras e da sociedad

10º aniversário da Gazeta Rural

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O texto que aqui partilho com os meus amigos foi publicado hoje na edição do 10º aniversário da prestigiada revista "Gazeta Rural", para a qual o seu Director,  José Luis Araújo , teve a amabilidade de me convidar. O desafio dos próximos 10 anos José Martino (empresário e consultor agrícola) Josemartino.blogspot.pt A Gazeta Rural, uma publicação de prestígio sobre questões da agricultura portuguesa, pede-me uma análise sobre o que foi a agricultura po rtuguesa nos últimos 10 anos e aquilo que estimo que seja nos próximos 10. É uma tarefa de risco que assumo com todo o prazer. A primeira parte do desafio é relativamente fácil. Basta fazer uma pequena investigação nos relatórios elaborados pelo INE – Instituto Nacional de Estatística e encontra-se facilmente o cenário daquilo que foi a última década agrícola em Portugal. A percentagem dos agricultores portugueses sem qualquer instrução diminuiu significativamente (47% para 29%), a dimensão média das explorações

Morangos em hidroponia

Nuno Soares disse... Caro Sr. Eng. Estou a pensar em investir num projecto de morangos em hidroponia. Neste sentido gostaria de lhe colocar algumas questões: 1- Considera o concelho de Viana do Castelo com potencial para este cultivo? Sugere outro? 2- Qual seria a área adequada para poder tirar rendimento para sustentar a minha família (cerca de 1000€/mês) 3- Existe na zona de Viana do Castelo algum "agente" capaz de assegurar a comercialização (vi que em Guimarães existe a BFruit...) 4- Quanto tempo demoraria para começar a produzir e para equilibrar a tesouraria (vi no blog que deu exemplos disto para o caso dos mirtilos, e das framboesas, mas não encontrei sobre os morangos) Obrigado pela sua atenção, e acima de tudo pela criação e manutenção deste blog que é uma fonte de inspiração para quem se quer lançar na agricultura.  Comentário: O concelho de Viana do Castelo tem potencialidades. Quanto mais perto do mar, mais potencial existe, devido ao facto das temperatu

Produção de porco bísaro

Eva Maria disse... Boa noite Engº José Martino. eu sou do Concelho de Murça e gostaria de saber onde me posso informar acerca das condições de produção de porco bízaro com maternidade. Atentamente  Comentário: Sugeria-lhe que enviasse email para dep.comercial@espaco-visual.pt

Preço de terreno agrícola

Lucília Oliveira disse... Boa tarde, Por via de herança entrei na posse de um terreno no Alto Alentejo, distante da minha residência habitual. Ora acontece que não tenho quaisquer conhecimentos a nível agrícola e nunca pensei dedicar-me a tal actividade. É uma herdade com terrenos de pastagem, oliveiras, sobreiros e azinheiras, num local tranquilo e a mais de 1 km da estrada alcatroada. Já pensei em colocar no mercado para venda. Ora acontece que não tenho nenhuma informação sobre o preço do metro quadrado ou do hectare, logo não consigo definir os valores praticados no mercado, mas também não queria depender dos serviços de uma imobiliária. Será que existe um preço de referência para o valor da terra agrícola? Obrigada pela ajuda.  Comentário: Sugeria-lhe a seguinte estratégia. Faça-se potencial compradora dos terrenos à volta do seu. Os preços que lhe pedirem  por m2 podem servir-lhe de parâmetro para os terrenos que quer vender.

Como se candidatar...

Sara Peixoto disse... Boa tarde! Quero iniciar um projeto na área da agricultura. Será que me pode dar uma orientação em termos de apoios económicos? Tenho pesquisado bastante nesta área, sei que existe o ProDer, a minha duvida é como apresentar a minha candidatura. Melhores cumprimentos  Comentário: Sugeria-lhe que enviasse um email para dep.comercial@espaco-visual.pt

Candidatura de Jovem Agricultor

Miguel Faria disse... Sr. Engenheiro, tendo em vista a dúvida colocada pelo Sr. João Silva, que vai ao encontra da minha e a resposta por si dada que não foi esclarecedora para mim, peço se possível que possa esclarecer melhor a mesma. Tendo eu 30 anos e exercendo outra atividade, é possível candidatar-me como jovem agricultor no PDR 2014-2020? Em caso afirmativo, as condições e o peso do projeto ser ou não aprovado serão as mesmas de um jovem que se queira candidatar mas se encontre na situação de desempregado? Desde já agradeço qualquer resposta sua.  Comentário: Sim, é possível. As condições de acesso e aprovação não têm em conta a situação de emprego ou desemprego ou de estar a exercer outra actividade a tempo inteiro. A questão relevante é a coerência técnica, económica e financeira do projecto, com especial ênfase na sua rentabilidade futura.

Produzir bagas de goji

António disse... Parabéns pelo blog. gostaria de saber se as bagas goji são uma boa aposta e se dão rentabilidade para um jovem agricultor se poder instalar. obrigado  Comentário: O seu projecto deve ter assegurada a comercialização da produção. A nível técnico, com ponderação a médio prazo, as bajas de goji podem ser produzidas num alargado número de terrenos e regiões.

Candidatura de Jovem Agricultor

Maria Camões disse... Boa Tarde Engº. José Martino, gostaria de saber se sabe quando abrirão novamente as candidaturas para a 'Jovem Agricultor'. Antes de mais obrigada pela atenção. Aguardarei por uma resposta da sua parte Atentamente Comentário: Há um compromisso político da Ministra da Agricultura para abrir as candidaturas no final do Verão / início do Outuno.

Vinho verde biológico e produção de galinhas

Fernandes disse... Venho por este meio solicitar a sua opinião e orientação para um projecto que pretendo iniciar. Inserido na zona dos vinhos verdes, concelho de Guimarães, tenho como objectivo a produção em vinha de vinho verde biológico. A área de produção é aproximadamente 1.2 hectares, não muito significativa para vinha, mas foi também uma decisão para optar pela produção em modo biológico enaltecendo assim qualidade à quantidade. Na mesma área, aproveitado os recursos da produção em modo biológico, pretendo a criação de galináceos pedrês portuguesa e preta lusitana. Em termos gerais estes são os traços principais do projecto. O que pretendo saber é se existe algum tipo de apoio financeiro para a execução do mesmo. Qual a sua opinião sobre a produção de vinho verde biológico e o projecto na sua totalidade?  Comentário: A primeira questão a que tem de responder é: onde vai comercializar? que mais valia adicional obtém para rentabilizar o 1,2 ha? vai vinificar à parte ou te

Negócio e paixão

Negócio e paixão José Martino (engenheiro agrónomo) A “Gazeta Rural”, uma revista de prestígio do setor agrícola, vai celebrar no final deste mês uma década de publicação regular. Para esse número muito especial, a revista convidou-me a escrever um artigo sobre os últimos e os próximos 10 anos da agricultura portuguesa. O desafio é aliciante e pertinente. Desde logo porque parte de uma publicação que nasceu há 10 anos, numa altura em que a agricultura era uma espécie de parente pobre da nossa economia. Os meus leitores da “Vida Económica” perdoam-me eu estar aqui a utilizar este nobre espaço para elogiar a “Gazeta Rural”. Faço-o porque hoje é fácil fazer investimentos no mundo agrícola, nos mais variados setores de atividade. Há 10 e mais anos, era muito mais difícil. Eram precisas coragem e resistência. Hoje, quando a agricultura está na moda e todos parecem buscar o El Dorado, é fácil aproveitar o momento para lançar projetos. Sei do que falo, porque trabalho ne