Ajudas Financeiras Públicas para Apoio ao Investimento na Agricultura


Boa noite, eng. José Martino,
Em todos os fóruns em que participo verifico que os participantes ligam o desenvolvimento da agricultura e mundo rural, diretamente o seu sucesso, à colocação de fundos financeiros públicos europeus, quanto maior o montante, maior o sucesso. É assim mesmo? Colocar dinheiro em cima dos problemas é sinónimo da sua resolução? Com base neste raciocínio, se aceitar o desafio, quanto calcula ser necessário para resolver os problemas da agricultura e do mundo rural? Se fosse possível, faria sentido esse esforço público adicional?
Agradeço se tiver tempo e disponibilidade para responder às questões colocadas acima.
Cumprimentos,

Comentários:
1.     É uma ideia comummente aceite pela sociedade portuguesa em geral e pelos players da agricultura e do mundo rural em particular, que todos os problemas existentes se resolvem com financiamento público europeu, zero ou o menor montante possível de orçamento público nacional.
2.     Na minha opinião, apesar de muitos problemas terem resolução pelos financiamento das soluções, a maioria deles precisa antes do dinheiro, elaboração de plano estratégico (fazer o diagnóstico, apontar objetivos, definir as ações e por último, calcular o orçamento respetivo) e liderança (quem tem a responsabilidade de fazer acontecer, fazer cumprir os objetivos, as ações do respetivo plano e o cumprimento do orçamento).
3.     Perguntará: qual dos 3 é mais importante: plano, liderança ou dinheiro?
Na minha perspetiva, o sucesso é decorrente dos três acontecerem ao mesmo tempo. Na prática, verifico que o que falta mais é a liderança, fator mais escasso. Planos e dinheiro, apesar de mais ou menos imitados ou escassos, vão existindo.
4.     Calculo que de forma natural, gestão dos fundos financeiros públicos  de apoio ao investimento na agricultura (ajudas do 2.º Pilar da PAC), a decorrer dentro dos prazos legais, sem limitação de orçamento, seriam necessários três vezes mais que o orçamento atual (4057 M€/7 anos (2014 a 2020) ou seja 579[JM1]  M€/ano x 3 = 1737 M€).
5.     Para mim, são necessários mais 300 M€/ano de orçamento do Estado de Portugal, acima dos fundos financeiros europeus e quota parte nacional, para apoiar o investimento na agricultura e no mundo rural. Só valerá a pena fazer este esforço forem privilegiados os apoios à instalação de jovens agricultores (financiar todos aqueles que tenham projetos aprovados), se for tida em conta a competência de quem se candidata (exame público dos conhecimentos e experiência) apoiar investimentos na agricultura retirando os apoios a máquinas e equipamentos porque o mercado pode funcionar devidamente sem apoios públicos, os quais estão a promover importações em máquinas e equipamentos subutilizados.
6. Sim, este esforço público adicional sentido porque ao fim de 5 anos o Estado de Portugal recupera grande parte do valor disponibilizado através de impostos, contribuições para a segurança social, taxas,etc. Esta estratégia cria desenvolvimento e emprego ao longo de todo o território nacional sobretudo nas regiões mais deprimidas economia e socialmente.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

PODA INVERNO KIWI

Enxertia em actinidia (planta do kiwi)

VALORES DE ARRENDAMENTO PARA UMA EXPLORAÇÃO NA REGIÃO DE SANTARÉM