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A mostrar mensagens de agosto, 2017

Conselho para iniciar projecto agrícola

Boa Noite, Sr. Eng. José Martino, Sou um jovem de 33 anos, sem formação agrícola, mas que está empenhado em mudar de vida e iniciar um projecto agrícola e queria pedir-lhe a sua opinião e alguma orientação antes de avançar para algo mais concreto.  Passo a explicar a minha situação, os meus sogros têm um terreno no baixo Alentejo de 70ha com sobreiros plantados há cerca de 20 anos, o terreno tem uma barragem e na sua extensão passa  uma canal de rega aberto pertencente à associação de regentes mas que nós também temos acesso. Actualmente não se tira qualquer rendimento do terreno estando este sem qualquer tipo de tratamento, a terra não é gradada a poda das árvores não é feita e alguns sobreiros estão a secar.  Com estas condições gostaria de saber se existe alguma possibilidade de iniciar alguma actividade paralelamente aos sobreiros como por exemplo a criação de gado. Sabendo eu que o montado de Sobro é um investimento a longo prazo acho que é um desperd

Artigo Publicado na Edição 300 da Gazeta Rural (revista publicada no dia de hoje)

Questões sobre a fileira dos vinhos do Dão* É meu objetivo no presente artigo contribuir para o debate e melhoria da massa critica na fileira dos vinhos do Dão. Na minha opinião e na qualidade de apreciador de vinhos, busco novas marcas, novas propostas, a região demarcada do Dão, pelas suas caraterísticas de solos, climas, castas e saber fazer dos seus players, viticultores, vinificadores e comercializadores, produz dos melhores vinhos de mesa de Portugal. A região tem potencial a longo prazo, para liderar de forma inequívoca, reconhecida, traduzida em prémios, comunicação, turismo, valor acrescentado, riqueza distribuída por toda a superfície regional, a liderança e o topo da qualidade fantástica dos vinhos de Portugal. É minha convicção quem produz uvas terá algumas dificuldades, pelo que, a 1.ª questão que coloco é sobre a rentabilidade da produção de uvas, ou seja, quem é exclusivamente produtor de uvas, o viticultor, a base da cadeia, tem a rentabilidade intrínseca para o

O que explorar nesta propriedade?

Boa tarde, Sr. Engenheiro José Martino, Sou um jovem de 30 anos, casado e recentemente adquirimos uma propriedade de 5 hectares localizada em ... para uma vida de autosuficiência|sustentável|ecológica. Temos poucas despesas. A propriedade já possui árvores de fruto e com uma produção que ultrapassa as necessidades do consumo familiar ( falo de maçãs bravo-esmolfe e focinho de burro, figos, azeite, ginjas e marmelos). Boa parte da propriedade não está aproveitada e tal dá-me alguma tristeza, pelo que penso torná-la rentável. O que explorar nesta propriedade? Não pretendo ganhar escala, mas sim ter algum rendimento familiar e evitar ter terra abandonada. A transformação de Ginja daria valor acrescentado?Explorar cultivares de fruta regionais? Tal seria motivo para candidatar-me a jovem agricultor?ou será um risco desnecessário tendo em conta a nossa realidade ( uma vida simples). A produção biológica seria a que mais se enquadra nos nossos valore

A questão é: podemos ser todos empreendedores?

A resposta é não. Para se ser empreendedor é preciso ter perfil, o mínimo de capital para o efeito ou em sua substituição uma forte ambição ou eficiente e eficaz capacidade para fazer negócio (transformar produto ou serviço em dinheiro). Na verdade, há os que podem mas não sabem; há os que podem mas não querem; há os que não podem mas sabem e querem. São estes últimos que as Incubadoras devem apoiar no lançamento dos seus projetos agrícolas inovadores, criadores de emprego e riqueza, catapultando muitas vezes os parcos recursos próprios dos empreendedores. A banca deve olhar e apoiar de maneira diferente estes novos players que muitas vezes desesperam pelo apoio financeiro para as suas empresas “start up”. O que fazer para apoiar os empreendedores? Criar uma rede de incubadoras de base rural de cariz municipal que incluam bancos de terras (as Câmaras Municipais arrendam terras aos proprietários, garantem as rendas e disponibilizam por subarrendamento aos empreendedores) criar c

Políticas de nova geração para as agriculturas de Portugal

1. Colocar mais 500 M€ no orçamento de Estado para 2018 com o objetivo de reforçar a componente nacional de apoio aos projetos de investimento na agricultura  e florestas o que iria desbloquear os atrasos nos pagamentos do PDR2020 em 2018 e financiar as medidas reforma da floresta (sem o reforço orçamental não haverá mudança estrutural).   Paralelamente negociar com Bruxelas que este valor não conte para efeito de défice excessivo. 2. Colocar em dia as análises, contratações e pagamentos das candidaturas de apoio ao investimento no âmbito do PDR 2020.     3. Numa altura de escassez das ajudas devem ser utlizados critérios de atribuição de ajudas públicas ao investimento que defendam os superiores interesses públicos de Portugal, critérios a majorar em próximos concursos: 1.º)  Privilegiar os jovens agricultores: todas as candidaturas de 1.ª instalação de jovens agricultores aprovadas, obrigatóriamente serão financiadas. 2.º) Prioridade de acesso aos fundos públicos

Negócio nas agriculturas de Portugal

Há um movimento positivo que consiste na melhoria dos negócios nas agriculturas de Portugal, uma maior empresarialização dos campos, uma mudança que se está a viver de forma não planeada e que vai ser estrutural a longo prazo para todos aqueles que conseguirem ao longo do tempo ter resultados que garantem a rentabilidade e sustentabilidade. Há empresários que, mesmo sem experiência, têm perfil para gerir negócios, conseguem avaliar pessoas de forma eficaz sejam colaboradores, fornecedores e clientes, têm competências para formar e gerir equipas, coragem, liderança, capacidade de risco, etc. e este portefólio de competências é o ponto determinante para o sucesso nos agronegócios.  As oportunidades que a agricultura está a gerar são muitas e diversificadas, há a possibilidade de organizar os pormenores das explorações agrícolas, de aprender a fazer bem ou muito bem, com todos aqueles que têm sucesso, há um conjunto de alguns produtores que no terreno são o exemplo acabado da boa

O Rigor do Ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos

Excerto da entrevista que o Ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos concedeu à jornalista Teresa Costa do Dinheiro Vivo e publicada em https://www.dinheirovivo.pt/entrevistas/estao-em-curso-as-duas-maiores-reformas-que-o-pais-viveu-em-muitas-decadas/ no dia 19,08,2017, pelas 8:02h. .... Tenciona pedir mais dinheiro às Finanças para o orçamento agrícola de 2018? Em 2016 e 2017, o Ministério das Finanças e a Assembleia da República não negaram ao Ministério da Agricultura os meios necessários, e estou certo que assim será em 2018 e 2019. A primeira prioridade é a execução dos fundos comunitários, para que possamos mobilizá-los. No caso da agrícola, com cofinanciamento nacional, são cerca de 600 milhões de euros por ano, portanto, a minha primeira prioridade foi conseguir no orçamento de 2016 e 2017 os meios necessários para a contrapartida nacional que permitam a execução plena dos fundos comunitários. Consegui, em 2016, executar 100% da dotação anual do programa, tendo

Seca: prevenir em vez de remediar

Artigo publicado no Jornal "Vida Económica" da passada 6.ª Feira, 18 de Agosto. No início desta semana, o ministro da Agricultura Capoulas dos Santos, veio a público afirmar que o Governo irá apoiar financeiramente os agricultores atingidos pela seca extrema que se tem feito sentir e que tem prejudicado a atividade agrícola. Aplaudo a rápida intervenção do ministro Capoulas dos Santos, mas não pode deixar de sentir que o País e o(s) Governo(s) são geralmente rápidos a divulgar apoios financeiros mas muito lentos a apresentar soluções e a prevenir este estado de coisas, como se viu também no incêndio de Pedrógão Grande. Não basta acudir financeiramente aos que são prejudicados. É preciso erradicar, ou pelo menos minorar com planeamento, estes prejuízos, quando ocorrem estas catástrofes. Catástrofes, como os incêndios ou a seca, que são cada vez mais frequentes. É prevenir e não apenas remediar. No caso da seca há dezenas de anos que se sabe existênci

Obrigado, Maria Aline Colaço e Paula Colaço!

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2 Ano de plantação! 2 Ano de colheita, produção bem sucedida! 2 Ano de certificação GlobalGap com sucesso! É este o nosso foco, é para isto que trabalhamos. Por isso, escolhemos trabalhar com os melhores! ( Espaço Visual, Bfruit, Naturalfa) Paula Colaço Maria Aline Colaço Comentários: 1.        É excelente abrir o FB e verificar que há jovens empresárias agrícolas que têm sucesso na cultura do mirtilo, que têm foco no negócio, que põe a sua capacidade em cuidar dos pormenores da plantação. 2.        Estas empresárias tiram partido e fazem negócio tirando partido das empresas em que ponho a minha liderança (Espaço Visual) algumas das minhas ideias, estratégias e apoio acionista (Bfruit) e que ajudei a lançar (Naturalfa) (nesta empresa senti na pele o centralismo lisboeta, com a minha saída de sócio a empresa deixou de ser perseguida/pressionada pelos burocratas que a tutelam). 3.        Por tudo o que fazem, pelos resultados que obtêm, por acredita

Opinião - Gazeta Rural

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Empresários Agrícolas de Sucesso – Precisam-se! Um empresário agrícola de sucesso deve fazer a auto análise prévia das suas competências empreendedoras, à entrada no negócio ou realização do investimento, através da apreciação da sua capacidade de avaliação das pessoas (e.g. prestadores de serviços, colaboradores, fornecedores e clientes), liderança pelo exemplo, coragem para enfrentar os momentos difíceis e recomeçar com a motivação do 1.º dia, resiliência, capacidade para lidar com a adversidade que aparece nos primeiros anos e uma forma generalizada, evidenciando a aprendizagem para ter como resposta um comportamento e maneira positiva da ação, determinação, foco nos objetivos, motivação pessoal muito forte para fazer acontecer até que os objetivos se cumpram, mesmo os muito custosos e que geram sacrifícios pessoais, mesmo aqueles que são complexos e que demoram anos a serem atingidos (e.g. “Capacidade de levar a carta a Garcia”). Por

Artigo do Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural ( Luís Capoulas Santos) Jornal Público 2017.08.11 e comentários

Alqueva e floresta, reformar é persistir Apesar de todas as críticas, não houve força para travar ou desvirtuar a arquitetura de uma reforma vital para o país. 11 de agosto de 2017, 6:33 Há 20 anos, tive o privilégio de integrar um Governo que lançou uma das maiores, se não mesmo a maior, reforma da agricultura portuguesa: o projeto de Alqueva, cujo sucesso hoje ninguém contesta e cuja ampliação em mais um terço da área inicialmente prevista está prestes a concretizar-se. Alqueva constituiu-se mesmo como o melhor exemplo da capacidade de reformar, inovar e aumentar a competitividade, transformando uma região estagnada do ponto de vista agrícola num polo de desenvolvimento que surpreende os estrangeiros e orgulha os portugueses.  Porém, há duas décadas, aquando da tomada de decisão de avançar com o projeto, choveram críticas de todos os quadrantes: desde estar em curso a criação de um "elefante branco" e um sorvedouro dos dinheiros públicos à impossibilidade &

O que é gerir bem uma exploração agrícola?

Na minha perspetiva passa por acompanhar os pormenores da atividade diária da empresa agrícola, regista-los, tratar os respetivos dados recolhidos e tomar decisões com base nesse conhecimento adquirido. Este controlo é da responsabilidade do empresário e a parte operacional é função direta do chefe de exploração, o qual pode ser o próprio empresário ou um trabalhador por conta doutrem. O resultado do trabalho desta pessoa é chave para o sucesso produtivo da exploração agrícola traduzido em resultado financeiro e económico. Para tal é preciso que o chefe de exploração acredite que a sua atividade a desenvolver irá ter sucesso e ao mesmo tempo que tenha competências para a função nomeadamente, capacidade de observação, interesse em aprender mesmo os pormenores mais enfadonhos até às matérias mais complexas, busca incessante de soluções para os problemas que aparecem no dia a dia de uma exploração agrícola, seja nos mais irrelevantes até aos mais importantes ou determinantes, rigor e d

Voz do Campo - Grande Reportagem

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Continua a ser rentável ... para quem faz investimentos ponderados Novas espécies e variedades representam uma estratégia para diminuição do risco de produção, seja por alargamento do portefólio de produtos, seja pelo atingir novos mercados fora dos tradicionais. “Continua a ser rentável investir na kiwicultura para quem faz investimentos ponderados, colocados em parcelas com aptidão de solo e clima adequados para esta cultura, tem capacidade de gestão, sendo capaz de formar devidamente as plantas e conduzir a exploração, fazendo com que as actinídeas produzam com elevada produtividade e alta qualidade dos frutos, traduzida esta no peso médio acima dos 100 gramas por fruto, sem defeitos de epiderme ou forma, elevado tempo de conservação frigorífica (pelo menos 6 meses), frutos duros, bom sabor, produção certificada em Global.G.A.P. etc.”, é assim que responde o consultor agrícola José Martino à nossa questão se ainda é rentável investir em kiwicultura. Vai mais long

Mecanização Agrícola

Verifico que quem se dedica à agricultura, seja a tempo inteiro ou part time, está muito motivado para a aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas, fazendo a aquisção de material novo, praticamente em todos os casos. Faz parte do perfil psicocultural do português esta obsessão pelos tratores e demais equipamentos da agricultura. Creio que as pessoas da minha geração (50 a 60 anos) que trabalharam na agricultura quando crianças e jovens, desde essa altura, acalentam o sonho de virem a possuir um trator e os seus equipamentos. Creio que o materializam quando têm  terra agrícola ou acesso a ela e possuem capacidade financeira minima para o efeito. Este fenómeno pode-se avaliar nos mais de 40% de montante global dos apoios concedidos pelo ProDeR (2017 a 2013) aos investimentos em máquinas e equipamentos. Nesta altura em que há escassez nos montantes orçamentados dos fundos públicos, europeus e nacionais, por comparação com os montantes nas candidaturas em carteira, creio que seria u

SECA

Em 31 de julho último, segundo o IPMA, quase 79% de Portugal continental encontrava-se em situação de seca severa e extrema, 69,6% e  9,2%, respetivamente. Por outro lado, em seca moderada estavam 16,5%, em seca fraca 4,2% do território e 0,5% estava em situação normal. A precipitação no mês de julho foi fraca, 5,3 mm (38% do valor médio). Na minha atividade de agrónomo de campo verifico que a maioria dos meus clientes que depende do abastecimento de água dos furos ou poços já tiveram ou têm quantitativos inferiores quando comparandos com os disponiveis nos anos anteriores. Por isso, tiveram de proceder com urgência à abertura de novos poços ou furos, enquanto que noutros casos, procederam à racionalização no uso da água durante a rega (regas melhor monitorizadas, controlo da evaporação, rega deficitária (aplicar quantitativos que garantem que as plantas não morrem e obtêm-se produtividades dentro de níveis mais baixos face aos obtidos sem racionamneto da água de rega, mas de q

KIWIS (2)

O Eng. José Silva, um experiente kiwicultor, escreveu neste blogue:: "Acho que se está a referir à última campanha 2016/2017. Também tivemos resultados muito bons mas falta um muito importante, ou dois: Produtividade / rentabilidade. Horas por operação, gastos, receitas, resultados líquidos... são dados da maior importância para uma atividade que se deseja rentável e competitiva. Parabéns!"  Este escrito é o seu comentário ao seguinte post que eu escrevi: KIWIS  (1) Tendo encerrado nesta altura as contas relativas à campanha de produção dos kiwis 2015/2016 (esta campanha começou com a poda de inverno das actinideas/kiwis em dezembro de 2015 e terminou com a colheita dos kiwis em novembro de 2016), os kiwicultores receberam, dos respetivos entrepostos onde são sócios ou fornecedores de kiwis, até final de julho, o documento com as valorizações finais, preços por categoria e calibre, % refugo, % perdas de peso, etc. verifico no meu caso pessoal, kiwicultor