Texto publicado na Gazeta Rural de 2017.12.14: Antevisão do ano de 2018 para as agriculturas de Portugal
Para o ano de 2018
prevê-se que ao
nível das agriculturas de Portugal continue a assistir-se ao
mesmo tipo de
estratégias e fenómenos que ocorreram no ano de 2017:
1. Incremento
das exportações de produtos agrícolas e agroindustriais acima do
crescimento da
economia, uma estagnação do investimento por bloqueio do PDR2020
(orçamento muito limitado
face à procura nas candidaturas
submetidas) ausência de decisão na priorização de apoio a cada
uma das
candidaturas de 1.ª instalação de jovens agricultores, falta de
apoio efetivo aos
empresários agrícolas e agricultores da região Interior de
Portugal onde os negócios
da agricultura têm investimentos mais caros, maiores custos de
exploração e
maiores dificuldades e de acesso aos mercados.
2. O
crédito bancário para apoio aos investimentos na agricultura,
sobretudo dos
jovens agricultores, vai continuar muito limitado, pois assenta
no apoio às candidaturas
aprovadas pelo PDR2020 (aprovações em número e valores
diminutos) praticamente
não existindo para apoiar investimentos que não tenham
comparticipação de
fundos financeiros públicos. Esta situação só era invertida se
houver um
trabalho político de convencer a banca a apoiar efetivamente os
investimentos
na agricultura com especial incidência nos jovens agricultores.
3. É
altamente provável que a seca esteja para continuar no ano de
2018 e nesta
perspetiva, irá assistir-se a decréscimo acentuado das produções
agrícolas e
diminuição da respetiva qualidade. Vai existir pressão para que
Portugal avance
rapidamente com um programa de investimento ao regadio público e
privado com o
objetivo de reter e armazenar as águas superficiais.
4. No
ano 2018 o risco de incêndio irá continuar muito elevado porque
o nível de massa
combustível nas florestas continua em níveis alarmantes, embora
sendo provável que
a melhor gestão dos meios de combate aos fogos e ignições se
repercuta no seu maior
controlo. Além disso, enquanto não existirem faixas sem qualquer
combustível,
largura de 200 m com pastagens, a cada 10 km de floresta
(quadriculas máximas
de floresta com10 km de lado) o
risco de
grandes incêndios e centenas de milhares de hectares ardidos,
será muito provável
(o recurso a fogo controlado durante este inverno em pelo menos
120 000 hectares
de florestas, empregue com a metodologia indicada no presente
parágrafo, é o único
meio efetivo para limitar os incêndios de 2018, todas as outras
medidas em execução
com exceção do combate, só darão
resultados
a mais de 2 anos).
Prevejo que em 2018 os empresários
agrícolas irão dar
maior importância:1. Aos seguros agrícolas devido à seca e o previsível maior número de acidentes climáticos.
2. À formação profissional e capacitação dos empresários, chefes de exploração e operadores especializados, porque será a melhor estratégia para tirar partido dos recursos existentes e manter a rentabilidade das explorações agrícolas, tem por base o aumento dos custos de exploração e limitação das produções, devido à seca, não havendo a contrapartida de aumento em igual proporção dos preços de venda das produções.
3. À agricultura digital e de precisão, porque aparecerão novas soluções tecnológicas e ao mesmo tempo verificarão que é o caminho para as suas empresas se manterem competitivas e exportadoras
Votos de Feliz Ano de 2018!
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