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AGRICULTORES COMBATEM ALTERAÇÕES DO CLIMA
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Rega gota-a-gota, antecipar o cultivo para aproveitar as chuvas do final da Primavera e o isolamento térmico dos telhados para proteger o gado são algumas das estratégias que os agricultores portugueses estão a adoptar para contornar as mudanças climáticas, informa a Lusa. "O clima está mais instável, mais extremo e temos de nos ir adaptando com o recurso às novas tecnologias, como a Internet, para saber a previsão do tempo", afirmou o vice-presidente da Associação de Jovens Agricultores de Portugal, Carlos Neves, acrescentando que os agricultores "já não olham para o lado para ver o vento, nem se baseiam nos ditados populares" para saber a melhor altura para cultivar.
Para poupar água, o jovem agricultor, dono de uma vacaria e produtor de milho em Vila do Conde, comentou que semeia mais cedo para aproveitar a chuva que cai no final da Primavera, enquanto há outros colegas que utilizam o sistema de rega gota-a-gota.
O gado também não é esquecido: "As vacas tourinas sofrem muito com o calor, sentem-se mal, comem menos e produzem menos. Então colocamos ventiladores nos estábulos e isolamos o telhado para que a temperatura seja mais amena."

AGRICULTORES PRECAVIDOS
O director-executivo do Instituto para o Desenvolvimento Agrário da Região Centro, Manuel Costa deu como exemplo este mês de Agosto, que se tem caracterizado, na região Centro, por manhãs com nevoeiros acentuados que se prolongam até meio da tarde, altura em que descobre o Sol, e que pode trazer "algumas complicações" para a fruta e a vinha, que não se dão com situações de humidade e calor. "Até ao momento não há indicadores de que tenha havido problemas resultantes dessas alterações porque os agricultores já estavam precavidos e tomaram medidas", justificou.
Para o vice-presidente da Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP), Luís Mira, o maior problema dos agricultores não é a questão climatérica, mas sim as variações de mercado que têm causado expectativas: semeia-se a um determinado preço, mas na altura da colheita esse preço caiu 40 por cento. "As pessoas já estão habituadas ao tempo. Há anos melhores, outros piores, com chuva ou menos chuva, mas as variações constantes da política e do mercado são factores muito mais nocivos e difíceis de controlar do que as alterações climatéricas", frisou.

ALERTA: FALTA DE ÁGUA
Apesar dos esforços dos agricultores, o presidente da Quercus, Hélder Spínola, considera que muitos não se estão a adaptar porque estão a desenvolver um tipo de agricultura cada vez mais dependente de determinados recursos que vão ser mais escassos no futuro, como a água e nutrientes do solo que, com as alterações climáticas, tem tendência a ficar menos férteis
"Estamos a falar de um factor que é fundamental para essa actividade que é a disponibilidade de água", disse o ambientalista, lembrando que as projecções indicam que até ao final deste século as reduções deste bem podem atingir os 40 por cento.
O ambientalista recordou ainda outros problemas que as mudanças do clima podem trazer, como as pragas agrícolas, que têm tendência a aumentar e que podem afectar sobretudo Portugal.

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