Artigo Voz do Campo n.º 139 - Novembro, Dezembro de 2010

Escrevi na Voz do Campo o seguinte artigo:

HÁ ESTRATÉGIAS NO DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA PORTUGUESA QUE PODEM AJUDAR O COMBATE À CRISE ECONÓMICA

O debate do Orçamento de Estado na AR, nos últimos dias, confirmou aquilo que se vislumbrava: Portugal é uma empresa perto da falência. No início da minha vida profissional, vivi por dentro uma situação desta natureza. Aprendi algo que nunca mais esqueci e que procurei adaptar às diferentes circunstâncias que se me foram deparando – numa empresa perto da falência, sangue frio, racionalidade e estratégia é coisa que não existe. O que existe é mero instinto de sobrevivência e imediatismo. Não se pensa como ultrapassar a situação mas em nos mantermos vivos no dia seguinte. É isto que está a acontecer a Portugal. O Governo já não tem capacidade para pensar, para delinear um plano e uma estratégia – quer apenas tentar “salvar a pele”. Ora, do que Portugal precisa é daquilo que os actuais governantes já não podem dar, por desespero. Portugal precisa de um plano de reestruturação da dívida, que permita acalmar os credores e estimular a economia. Por outras palavras, precisa que a um Plano de Estabilidade se junto um Plano de Crescimento. Se isso não acontecer, podemos resolver o problema do dia seguinte, mas amanhã o desemprego continuará a aumentar; o défice superará os 3% e a dívida os 100% do PIB (nos pressupostos económicos do Governo só será atingido em 2023). Ou seja, não precisamos de uma aspirina mas de um revigorante.
O que pode fazer a agricultura por Portugal? Se houver vontade política, a agricultura pode fazer muito a curto prazo.
As culturas anuais, como as flores e as hortícolas, são bens transaccionáveis que podem traduzir-se num retorno imediato, semeia-se ou planta-se hoje e colhe-se daqui a alguns meses. Para isso é preciso apostar na sua internacionalização, apoiando a sua exportação, dado que em Portugal se produzem, neste e noutros sectores, produtos de alta qualidade, que os mercados internacionais querem trocar por euros, os quais são essenciais para no ano de 2011 pagarmos os juros da dívida portuguesa e combater o défice das contas do Estado.

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