Falta de Cooperação - paradigma a ultrapassar nas agriculturas de Portugal
As agriculturas de Portugal, a agro industria, a industria
do calçado e da têxtil, entre outras atividades económicas, são excelentes
exemplos de atividades tradicionais que desde há alguns anos estavam condenadas
ao desaparecimento caso fossem seguidas os diktats da opinião pública e publicada, pelo contrário,
verificou-se que tal não aconteceu, pois
os respetivos negócios cresceram, desenvolveram-se e tiveram algum incremento do valor acrescentado, cenário este que é o resultado
da continuação e do querer dos empresários destes setores, os quais não
baixaram os braços, continuaram a trabalhar de forma árdua e persistente para estarem
à altura dos compromissos com colaboradores, fornecedores, clientes, etc.
É óbvio que as condições económicas e políticas da
envolvente dos negócios têm influência nos seus resultados, positivos ou negativos,
mas sobrepõem-se muitas vezes a estas limitações externas, a qualidade e competência
dos empresários, medidas pelos resultados alcançados pelas empresas, sendo estes
decorrentes de forma direta das caraterísticas de personalidade do líder empresarial,
como sejam a sua competência, organização, rigor, disciplina, liderança, etc.
Este fenómeno também se verifica nas agriculturas de Portugal,
há empresários com excelentes resultados e muitos outros com graves problemas,
notando-se paralelamente que todos estão a fazer o seu caminho ao mesmo tempo
que há integração startups e novos empresários, sejam eles jovens (mais
frequentes em número) ou menos jovens.
Este caminho de renovação está a percorrer-se de forma
lenta, com altos e baixos, podia ser mais rápido e eficaz para a economia de
Portugal, se houvesse uma política de apoio financeiro de forma consistente ao
longo do tempo e em tempo útil, quer nos incentivos não reembolsáveis das
ajudas públicas ao investimento, quer no crédito bancário, quer noutras veículos
ou figuras financeiras. Por outro lado, deveria existir na sociedade de
Portugal um movimento de apoio aos investidores, traduzido num esforço coletivo
de apoio e valorização social dos empreendedores, todos aqueles que se dedicam
e querem dedicar ao setor agrícola e agro industrial.
Apesar de todas as dificuldades e limitações há quem não
desista, quem continue a lutar para ter sucesso, quem seja massa crítica neste
processo. Acredito que este grupo irá engrossar e conseguir influenciar a opinião
pública e a classe política dirigente, no sentido de conhecer, valorizar e dar
voz a estes heróis anónimos, na perspetiva de melhorar o negocio das
agriculturas de Portugal, as suas exportações, a substituição das importações
por produção nacional competitiva. Este movimento tem de se traduzir no futuro próximo
numa causa nacional, numa cooperação e entreajuda para melhorar a eficiência e
eficácia económicas, onde todos querem ajudar, uma onda cooperação que empurre o
sucesso de uns para o sucesso dos colegas de atividade e negócio.
Quem está disposto a percorrer este caminho? Quem quer dar o
primeiro passo? Quem quer desatualizar o preconceito “os portugueses não cooperam
uns com os outros”? Quem não tem medo de tentar mesmo que exista o risco de
poder falhar e poder ser apontado como um exemplo de insucesso? Quem está
disposto a tentar cooperar as vezes que sejam necessárias até ter sucesso?
As perguntas ficam no ar, compete a cada um de nós dar
a resposta que entende como adequada aos desafios aqui lançados.
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