Contributo para a Construção de Manifesto para Mudar o Rumo da Economia Portuguesa
Texto que coloquei no FB do meu amigo José Matias Alves cujo filho emigrou nos últimos dias:
Caro José Matias Alves, apresento publicamente a minha solidariedade pela emigração forçada do teu filho, a qual é certamente, junto com a de muitos outros, um sintoma de doença da economia de Portugal, do sistema político que a gere e dos portugueses em geral, de cada um de nós em particular, pela ausência de massa crítica. Já afirmei várias vezes publicamente que o sistema político vai implodir, tal como aconteceu com o fim da monarquia, 1.ª república, ou Estado Novo, porque não tem soluções para a sociedade portuguesa.
Como é possível que a descrição da sociedade portuguesa realizada em "Os Maias" de Eça de Queiroz ainda continue actual, quando já passou mais de um século?
O que é preciso fazer para que um de nós faça o que tem a fazer para melhorar a sua profissão, a sua família, a sociedade?
O que é preciso acontecer para assumirmos de forma privada e pública a critica adequada sobre o que pode melhorar e de que maneira pode ser feito?
Como pode melhorar e criar-se emprego para os jovens em Portugal, se não há um mês, me dizia um responsável político da Câmara Municipal de Gondomar que um estudo realizado indicava como 1.ª preocupação dos gondomarenses as acessibilidades à frente do emprego, saúde e educação?
Quantos portugueses estão dispostos a por em causa a sua vida, a sua família, o seu bem estar para melhorar Portugal?
Isto que estamos a viver, a emigração dos nossos filhos, é o resultado geral do que construiu a geração dos nossos pais e a nossa: o importante é não assumir riscos, manter o satatus quo, não produzir, não é importante criar riqueza, não tem valor trabalhar com as mãos, privilegiar o emprego estável, mal pago e sem riscos, criticar ferozmente quem ousa arriscar, inovar, falhar, pensar e atuar diferente, produzir.
É preciso que Portugal produza riqueza para sustentar o estado social que todos temos direito (li há pouco que só 4 dos últimos 200 anos, em valor, exportamos mais que importamos) e esta criação de valor só pode ser feita com empresas e com negócios, aproveitando as mais valias dos juros de capital baixos decorrentes do euro. A uma moeda forte deve corresponder rigor e disciplina, os quais advêm do cumprimento horários, prazos e pagamentos (na minha opinião estas práticas levariam ao incremento de pelo menos 1% do PIB), à valorização social do trabalho, rigoroso, competente, dedicado (deveria ser objetivo nacional formar nos próximos 5 anos pelo menos 50% dos portugueses, designo nacional equivalente ao que os japoneses fizeram após a II guerra mundial) e responsabilizar socialmente os empresários e os trabalhadores pelo incremento do valor acrescentado na economia.
É preciso que Portugal e os portugueses, acreditem e trabalhem bem, muito bem, para que a economia cresça mais de 3%. Tal é possível se cada um de nós o colocar nos seus objetivos pessoais e o praticar todos os dias, fazendo em cada dia mais e melhor que no anterior. É necessário que cada um de nós se revolte, não aceite, esteja disposto a pagar custos pessoais de mudança, para desatualizar e não deixar que retorne: 30% dos portugueses estão em risco de pobreza.
Posso deixar aqui o registo da minha experiência de vida: sempre sofri pressões da família e dos amigos para não enveredar pela agricultura porque é uma atividade dura, difícil, pouco rentável. Após a obtenção da licenciatura em agronomia fui motivado para ter um emprego público ou equivalente, não me dedicar às empresas e aos negócios. Como empresário, desde sempre e ainda hoje, é frequente ouvir o seguinte: “tem cuidado, espero que não venhas a ter problemas porque é muito arriscado ter empregados, sobretudo licenciados que são mais caros”.
Na qualidade de empresário que nos últimos anos criou diretamente algumas dezenas de empregos e indiretamente alguns milhares, deixo aqui algumas sugestões de medidas a tomar para diminuir o desemprego jovem:
1. Que 30% dos lucros das empresas possam ser utilizados como crédito fiscal, ao longo de dois anos, para pagar encargos de novos empregos.
2. Um crédito tipo habitação (presta-se uma garantia real através da hipoteca de um imóvel, crédito atribuído com base no rendimento da família, os fundos obtidos são utilizados para aumento de capital de empresas e amortização do empréstimo pode ser realizada pelos lucros da empresa, neste caso não há lugar ao pagamento de IRC.
3. Maior disponibilidade de fundos de investimento para participarem no capital de empresas existentes e investimentos em novos negócios em detrimento de investimentos em infraestruturas, edifícios, etc. Parece que esta seria a função do Banco de Fomento, o qual espero que esteja a apoiar as empresas dentro de pouco tempo.
4. Valorizar na opinião pública os resultados obtidos pelos empresários e empresas, bem como a produção de bens transacionáveis e serviços que substituam as importações de forma competitiva ou sejam exportáveis.
Há mais ideias, ficam para outras oportunidades!
Caro José Matias Alves, apresento publicamente a minha solidariedade pela emigração forçada do teu filho, a qual é certamente, junto com a de muitos outros, um sintoma de doença da economia de Portugal, do sistema político que a gere e dos portugueses em geral, de cada um de nós em particular, pela ausência de massa crítica. Já afirmei várias vezes publicamente que o sistema político vai implodir, tal como aconteceu com o fim da monarquia, 1.ª república, ou Estado Novo, porque não tem soluções para a sociedade portuguesa.
Como é possível que a descrição da sociedade portuguesa realizada em "Os Maias" de Eça de Queiroz ainda continue actual, quando já passou mais de um século?
O que é preciso fazer para que um de nós faça o que tem a fazer para melhorar a sua profissão, a sua família, a sociedade?
O que é preciso acontecer para assumirmos de forma privada e pública a critica adequada sobre o que pode melhorar e de que maneira pode ser feito?
Como pode melhorar e criar-se emprego para os jovens em Portugal, se não há um mês, me dizia um responsável político da Câmara Municipal de Gondomar que um estudo realizado indicava como 1.ª preocupação dos gondomarenses as acessibilidades à frente do emprego, saúde e educação?
Quantos portugueses estão dispostos a por em causa a sua vida, a sua família, o seu bem estar para melhorar Portugal?
Isto que estamos a viver, a emigração dos nossos filhos, é o resultado geral do que construiu a geração dos nossos pais e a nossa: o importante é não assumir riscos, manter o satatus quo, não produzir, não é importante criar riqueza, não tem valor trabalhar com as mãos, privilegiar o emprego estável, mal pago e sem riscos, criticar ferozmente quem ousa arriscar, inovar, falhar, pensar e atuar diferente, produzir.
É preciso que Portugal produza riqueza para sustentar o estado social que todos temos direito (li há pouco que só 4 dos últimos 200 anos, em valor, exportamos mais que importamos) e esta criação de valor só pode ser feita com empresas e com negócios, aproveitando as mais valias dos juros de capital baixos decorrentes do euro. A uma moeda forte deve corresponder rigor e disciplina, os quais advêm do cumprimento horários, prazos e pagamentos (na minha opinião estas práticas levariam ao incremento de pelo menos 1% do PIB), à valorização social do trabalho, rigoroso, competente, dedicado (deveria ser objetivo nacional formar nos próximos 5 anos pelo menos 50% dos portugueses, designo nacional equivalente ao que os japoneses fizeram após a II guerra mundial) e responsabilizar socialmente os empresários e os trabalhadores pelo incremento do valor acrescentado na economia.
É preciso que Portugal e os portugueses, acreditem e trabalhem bem, muito bem, para que a economia cresça mais de 3%. Tal é possível se cada um de nós o colocar nos seus objetivos pessoais e o praticar todos os dias, fazendo em cada dia mais e melhor que no anterior. É necessário que cada um de nós se revolte, não aceite, esteja disposto a pagar custos pessoais de mudança, para desatualizar e não deixar que retorne: 30% dos portugueses estão em risco de pobreza.
Posso deixar aqui o registo da minha experiência de vida: sempre sofri pressões da família e dos amigos para não enveredar pela agricultura porque é uma atividade dura, difícil, pouco rentável. Após a obtenção da licenciatura em agronomia fui motivado para ter um emprego público ou equivalente, não me dedicar às empresas e aos negócios. Como empresário, desde sempre e ainda hoje, é frequente ouvir o seguinte: “tem cuidado, espero que não venhas a ter problemas porque é muito arriscado ter empregados, sobretudo licenciados que são mais caros”.
Na qualidade de empresário que nos últimos anos criou diretamente algumas dezenas de empregos e indiretamente alguns milhares, deixo aqui algumas sugestões de medidas a tomar para diminuir o desemprego jovem:
1. Que 30% dos lucros das empresas possam ser utilizados como crédito fiscal, ao longo de dois anos, para pagar encargos de novos empregos.
2. Um crédito tipo habitação (presta-se uma garantia real através da hipoteca de um imóvel, crédito atribuído com base no rendimento da família, os fundos obtidos são utilizados para aumento de capital de empresas e amortização do empréstimo pode ser realizada pelos lucros da empresa, neste caso não há lugar ao pagamento de IRC.
3. Maior disponibilidade de fundos de investimento para participarem no capital de empresas existentes e investimentos em novos negócios em detrimento de investimentos em infraestruturas, edifícios, etc. Parece que esta seria a função do Banco de Fomento, o qual espero que esteja a apoiar as empresas dentro de pouco tempo.
4. Valorizar na opinião pública os resultados obtidos pelos empresários e empresas, bem como a produção de bens transacionáveis e serviços que substituam as importações de forma competitiva ou sejam exportáveis.
Há mais ideias, ficam para outras oportunidades!
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