Caminhos da Agricultura em Prol de Novo Modelo de Desenvolvimento Económico de Portugal
O Programa televisivo “Prós e Contras” de 2.ª Feira passada discutiu os caminhos para a economia portuguesa se tornar mais competitiva.
Assisti a quinze minutos e a ideia que fiquei é que não há ideias para resolver as deficiências no desenvolvimento económico em 3 a 5 anos. Chegamos sempre a causas estruturais que explicam o fenómeno, mas que levam gerações a implementar e como tal não vale a pena começar (quem vai resolver o problema vai ser a geração seguinte). Uma vez mais lembrei-me de “Os Maias” de Eça de Queiroz em que esta mesma discussão, com os mesmos argumentos, já se fazia na 2.ª metade do século XIX. Nestes mais de cem anos não fomos capazes de aprender nada sobre argumentos/práticas de melhores estratégias para o desenvolvimento económico de Portugal?
Na minha opinião, as coisas difíceis, complexas e estruturais têm de ser decompostas em elementos mais simples: a economia portuguesa tem de tirar partido de todas as actividades que possa desenvolver de forma competitiva, isto é, que substitua importações ou possa exportar. Tem que desenvolver o turismo, a agricultura, a pesca, a indústria, o comércio, os serviços, etc.
Como se faz?
Em primeiro lugar, actividade a actividade, têm ser feitas acções de benchmarking a nível mundial (assumimos com humildade que não sabemos e vamos ver como os outros países fazem bem. Copiamos, não de forma cega, mas adaptando à N/ realidade. Exemplo: Este trabalho foi feito na fileira do kiwi).
Em segundo lugar tem que haver uma orientação política para que o crédito a conceder pelos
bancos privilegie o investimento produtivo em lugar de obras públicas (há praças, largos, etc. que já foram refeitos mais do que uma vez). Porquê? Os bancos preferem os negócios sem risco das grandes obras públicas e das pequenas obras das autarquias porque o risco é transferido para o Estado. O que ganhou Portugal com estas requalificações? Além das grande obras públicas que dependem do governo, as autarquias são o principal sorvedouro de investimento público, não produtivo do ponto de vista económico. Ainda me lembro que em 1999, quando visitei a Nova Zelândia pela 1.ª vez, este país tinha 70 quilómetros de auto-estradas, mas era um país rico, fortemente exportador, em que os bancos apoiavam como prioridade os investimentos produtivos para exportação, em que as estradas com curvas e lombas não eram impeditivas das exportações, porque os produtos agrícolas eram os adequados à procura dos mercados internacionais. Na década de noventa do século passado, o Chanceler alemão Helmut Koll, visitou este país para aprender como escapou da falência em 1986 para ressurgir com fortíssimo desenvolvimento económico passados poucos. Porque é que Portugal não estuda e aplica este e outros exemplos semelhantes?
Em terceiro lugar, a agricultura pode ter a sua quota-parte no novo modelo de desenvolvimento económico, substituindo de forma competitiva a importação de produtos agrícolas /agro-industriais ou promovendo as suas exportações.
O que fazer?
1 – A decisão que o governo tem que tomar é privilegiar o crédito para o investimento produtivo na agricultura/agro-indústria através da CGD.
2 - Colocar as sociedades de capital de risco a funcionar para apoiar o investimento na agricultura/agro-indústria:
As capitais de risco participadas pelo Estado deveriam fazer Planos de Negócios intervindo de forma vertical ou na fileira para fazerem muitas operações na mesma actividade para pelas economias de escala conseguirem baixar os seus custos de intervenção, que actualmente são muito mais caros face ao apoio prestado pelo crédito.
3 – Tramitar o ProDeR dentro dos prazos legais, para motivar os empresários a investirem porque rapidamente sabem se serão ou não apoiados pelos Fundos Europeus e Nacionais
Assisti a quinze minutos e a ideia que fiquei é que não há ideias para resolver as deficiências no desenvolvimento económico em 3 a 5 anos. Chegamos sempre a causas estruturais que explicam o fenómeno, mas que levam gerações a implementar e como tal não vale a pena começar (quem vai resolver o problema vai ser a geração seguinte). Uma vez mais lembrei-me de “Os Maias” de Eça de Queiroz em que esta mesma discussão, com os mesmos argumentos, já se fazia na 2.ª metade do século XIX. Nestes mais de cem anos não fomos capazes de aprender nada sobre argumentos/práticas de melhores estratégias para o desenvolvimento económico de Portugal?
Na minha opinião, as coisas difíceis, complexas e estruturais têm de ser decompostas em elementos mais simples: a economia portuguesa tem de tirar partido de todas as actividades que possa desenvolver de forma competitiva, isto é, que substitua importações ou possa exportar. Tem que desenvolver o turismo, a agricultura, a pesca, a indústria, o comércio, os serviços, etc.
Como se faz?
Em primeiro lugar, actividade a actividade, têm ser feitas acções de benchmarking a nível mundial (assumimos com humildade que não sabemos e vamos ver como os outros países fazem bem. Copiamos, não de forma cega, mas adaptando à N/ realidade. Exemplo: Este trabalho foi feito na fileira do kiwi).
Em segundo lugar tem que haver uma orientação política para que o crédito a conceder pelos
bancos privilegie o investimento produtivo em lugar de obras públicas (há praças, largos, etc. que já foram refeitos mais do que uma vez). Porquê? Os bancos preferem os negócios sem risco das grandes obras públicas e das pequenas obras das autarquias porque o risco é transferido para o Estado. O que ganhou Portugal com estas requalificações? Além das grande obras públicas que dependem do governo, as autarquias são o principal sorvedouro de investimento público, não produtivo do ponto de vista económico. Ainda me lembro que em 1999, quando visitei a Nova Zelândia pela 1.ª vez, este país tinha 70 quilómetros de auto-estradas, mas era um país rico, fortemente exportador, em que os bancos apoiavam como prioridade os investimentos produtivos para exportação, em que as estradas com curvas e lombas não eram impeditivas das exportações, porque os produtos agrícolas eram os adequados à procura dos mercados internacionais. Na década de noventa do século passado, o Chanceler alemão Helmut Koll, visitou este país para aprender como escapou da falência em 1986 para ressurgir com fortíssimo desenvolvimento económico passados poucos. Porque é que Portugal não estuda e aplica este e outros exemplos semelhantes?
Em terceiro lugar, a agricultura pode ter a sua quota-parte no novo modelo de desenvolvimento económico, substituindo de forma competitiva a importação de produtos agrícolas /agro-industriais ou promovendo as suas exportações.
O que fazer?
1 – A decisão que o governo tem que tomar é privilegiar o crédito para o investimento produtivo na agricultura/agro-indústria através da CGD.
2 - Colocar as sociedades de capital de risco a funcionar para apoiar o investimento na agricultura/agro-indústria:
As capitais de risco participadas pelo Estado deveriam fazer Planos de Negócios intervindo de forma vertical ou na fileira para fazerem muitas operações na mesma actividade para pelas economias de escala conseguirem baixar os seus custos de intervenção, que actualmente são muito mais caros face ao apoio prestado pelo crédito.
3 – Tramitar o ProDeR dentro dos prazos legais, para motivar os empresários a investirem porque rapidamente sabem se serão ou não apoiados pelos Fundos Europeus e Nacionais
Comentários
capacidade de rega das explorações, o envelhecimento dos empresários agrícolas estarão associados
a uma baixa capacidade tecnológica e de gestão das explorações agrícolas e constituirão a essência
da baixa produtividade do trabalho"
in PRODER, Novembro de 2007
O único aspecto positivo de PRODER até agora a meu ver, foi o relatório da análise SWAT para a definição do referido programa. Penso ser um documento essencial para consulta e reflexão.
Pedro Sampaio
de Sócrates sob um forte coro
de protestos. Voltou a Bruxelas,
onde é um alto funcionário. Agora,
foi convidado para número
dois do comissário europeu da
Agricultura (que ainda será submetido a audição do PE em Janeiro). Um cargo com poder
efectivo e pelo qual Jaime Silva
receberá 13 mil ¤ por mês"
in Expresso, Dezembro 2009
Deve ser o "pior ( ex. ) ministro da agricultura" mais bem pago de sempre ...
Vitor Alexandre
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