A visão de Sevinate Pinto sobre a agricultura portuguesa

O engenheiro agrónomo Armando Sevinate Pinto, consultor do Presidente da República para a agricultura, ex-ministro da Agricultura, ex- director geral da comissão europeia e um dos principais gurus portugueses em agricultura escreveu, no passado dia 16 de Janeiro, no Agroportal, um artigo denominado "Os pressupostos para uma visão optimista da agricultura"

Este colega especialista, um dos que mais admiro pela sua capacidade técnica e pelo sucesso que teve na sua vida profissional de agrónomo, acha que se poderia ter feito melhor e que no dia de hoje as agriculturas de Portugal poderiam estar muito melhor quanto ao estágio do seu desenvolvimento, mas tal indica dever-se às limitações de recursos naturais, solo e clima, face aos países nossos concorrentes. Considera "De facto, a nossa agricultura só se desenvolverá, de acordo com o desejo generalizado dos portugueses, se, e quando, além dos preços e dos custos que mais preocupam os agricultores, pelo menos dois pressupostos se concretizarem:
O pressuposto do investimento na modernização das unidades produtivas, que tem que ser intenso, permanente, facilitado e esclarecido;
O pressuposto da aquisição de capacidade técnica (conhecimento), por parte dos agentes económicos com ligações ao sector, o que implica que, de uma vez por todas, de uma forma responsável, racional, rigorosa e não perdulária, se aposte na investigação, no ensino e na transmissão de conhecimento até aos seus utilizadores finais."

Não posso deixar de concordar mais com o prestigiado articulista, pois é o que tenho feito ao longo da minha profissional:
1 - Promovo desde 1996 a captação de fundos públicos para o investimento na agricultura. A minha empresa, Espaço Visual, já captou de todos os apoios previstos no ProDeR (cerca 4150 milhões de euros) cerca de 1% de incentivos não reembolsáveis para os investimentos dos agricultores, sobretudo (em número) jovens empresários agrícolas.
2 - Dou assessoria ao investimentos, quer na implementação de novas explorações agrícolas, quer na modernização das existentes.
3 - Promovo a aquisição de conhecimentos técnicos, quer pelos estágios para potenciais jovens agricultores em apicultura, horticultura, pequenos frutos, floricultura, etc., quer pelos eventos que organizei (visitas estudo em Portugal e no estrangeiro, sessões de divulgação técnica, documentos técnicos, seminários, etc.) na fileira do vinho verde, fileira dos kiwis, fileira da castanha e recentemente, na fileira dos mirtilos, etc., quer na formação dos meus colaboradores, quer na assessoria que dou a empresários agrícolas, etc.
4 - Pela parte que me toca tenho a noção de que há muito a fazer em prol da agricultura portuguesa, apesar de registar com agrado o que dizia, há alguns anos atrás, um ex-Secretário de Estado, "se houvesse um José Martino por cada região do país certamente haveria maior desenvolvimento na agricultura nacional".

Concordo com a afirmação do colega Sevinate Pinto que "Independentemente dos méritos e dos atributos, da actual Ministra da Agricultura, que parecem ser muitos, as verbas de que dispõe para gerir a acção do Ministério são mais determinados pela crise do que pela esperança de desenvolver a agricultura."

Fica o desafio em que estou empenhado e que é o meu principal objetivo: colocar a agricultura como uma das prioridades na política portuguesa, avaliando-a através dos fundos que o Estado português coloque para investimento nesta atividade económica.

O que pensam que se deveria fazer para se conseguir este desiderato?
Qual o caminho que deverímaos percorre para sermos a massa critica do sistema agrícola nacional que os políticos levam em conta nas suas decisões?

Participem e escrevam as V/ opiniões.

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