Banco de Terras na TVI 24
http://www.tvi24.iol.pt/videos/pesquisa/Portugal+Portugu%C3%AAs/video/13517879/1
Pode visualizar neste link o programa da TVI 24 "Portugal Português" sobre o Banco de Terras. O canal fez o favor de me convidar, pelo que participei no programa com muito prazer. Divulgar a agricultura, as suas potencialidades, o negócio agrícola, os intrumentos de gestão para abraçar um projecto agrícola, mas também os seus riscos, é um dever de cidadania.
É esse dever que cumpro com determinação, também escrevendo regularmente para os jornais ou participando em outros fóruns cívicos e comunicacionais. O Banco de Terras público é um tema aliciante e que tem tudo para alavancar a nossa agricultura e atrair jovens agricultores para o sector. Estou convencido que é pela agricultura que vai passar muito do futuro da nossa economia.
Comentários
Ainda hoje o nosso presidente da república, nos EUA, revelou que preferia uma desvalorização do euro face ao dólar. E não é o único que pensa assim.
Na minha opinião isto é negativo para a agricultura. Como não temos, ainda, capacidade de produção em grande escala na maior parte das actividades agrícolas, não beneficiamos com a desvalorização do euro com vista a maior quantidade de produtos exportados.
(Nota: defendo produção em grande escala, mas por muitos produtores, grandes, médios e pequenos que podem escoar com bons preços através de cooperativas ou similares. Produzir muito com uma só multinacional ou um grupo económico que decide invetir na agricultura é negativo. Acaba-se por empobrecer a agricultura e enriquecer meia dúzia de investidores)
O euro desvalorizado seria positivo num cenário em que tinhamos produção em quantidade tal que não conseguiamos escoá-lo na totalidade para o exterior. Com uma moeda mais desvalorizada facilitaria o escoamento.
Mas visto não vivermos neste cenário, acho muito perigoso o que os nossos responsáveis polítcos estão a começar a sugerir lá por fora...
Como tal, tem de se continuar a falar disto nos meios de comunicação social. Levar isto a programas televisivos de visibilidade e credibilidade. Isto porque, a meu ver, só a opinião pública tem a força suficiente para obrigar os políticos a não desistirem da agricultura.
Ao Engº José Martino, parabéns por ter vindo a fazer um esforço neste sentido.
Quanto ao "Portugal Portugês", achei, em termos gerais, positivo dar à opinião pública um pequeno olhar sobre alguns dos caminhos que Portugal deve seguir.
Coisas que poderiam ser melhoradas: deixar falar mais tempo o outro convidado, sem o interromper. Isto porque ambos estavam ali para defender a mesma coisa. Apesar de preferirem caminhos e métodos diferentes nalguns aspectos (estágio profissional antes de iniciar a actividade Vs acompanhamento técnico pós início de actividade).
Para leigos na matéria poderá ter havido a sensação de que ninguém se entende na agricultura e daí não sabem se devem ou não tomar partido pela causa agrícola.
Dito isto, e mais uma vez dando os meus parabéns ao Engº José Martino,
Cumprimentos
PM
Aproveito também a oportunidade para deixar a experiência que tenho tido recentemente, em especial no que concerne ao acesso à terra,com o objectivo de me tornar jovem agricultor no ramo hortícolas.
Tenho sentido dificuldades, ou digamos, seria bem mais fácil, não existindo estes 3 entraves no acesso à terra:
- situações de partilhas/óbitos de terrenos não decididas à anos e cuja terreno se encontra totalmente ao abandono - Uma penalização fiscal a esta situações julgo que seria um bom estimulo à sua resolução;
- a existência de subsídios ao milho em curso a agricultores sexagenários (ou muito mais) já sem possibilidade de trabalharem esses terrenos e cujo arrendamento só o fazem a outros agricultores que produzam nesses terrenos somente este produto (muitas vezes para forragens e cujo objectivo de rentabilidade dos terrenos não é considerado) - será que a reforma PAC cessará este desequilíbrio?
- dificuldade de celebração de contratos (conforme a peça TVI - à dificuldade de algumas pessoas cederem a terra pois há o receio de não a reaverem mais) - aqui o Banco de Terras seria importante na medida que transmitiria "GARANTIA" e controle para inibir esta barreira de muitos cidadãos.
Parecendo que não, vale a pena pensarmos e debatermos isto, pois andar no terreno é diferente da concepção teórica e a instalação de um jovem agricultor que tanto se fala tem de ser bastante mais acessível. Eu pessoalmente, já tenho um "background" familiar que me facilita parte deste acesso, mas quem não o tem estou certo que é muito difícil!
Mais uma vez,obrigado.
Márcio Carvalho
Aveiro