Parcelário Agrícola

O leitor Ricardo Santos escreveu neste blogue:
"Desde já dou os meus parabéns ao Engº José Martino pelo excelente trabalho que têm feito em prol da agricultura, eu passei pelo mesmo problema a angariação de terrenos para o meu projecto mas após alguma insistência e muita paciência consegui os terrenos que percisava demorou aproximadamente 2 anos e alguns meses a conseguir, mas consegui e hoja recebi a confirmação de que o meu projecto foi aprovado, o que eu posso desejar a todos os jovens agricultores que passam por este problema é não desistirem e terem uma dose bem grande de paciência não só ao que respeita aos terrenos mas tambem quanto ao parcelário."

Comentário:
1 - Tinha-me esquecido de comentar as dificuldades em "fazer o registo no Parcelário". Agradeço ao leitor ter chamado a atenção para este problema.
2 - Trata-se do registo das várias parcelas que constituem a exploração agrícola na base de dados do Ministério da Agricultura. Esta operação consiste na identificação em fotografia aéra (georreferenciação), no écran do computador na sala de parcelário nas Direcções Regionais de Agricultura e Pescas ou Organizações de Agricultores que prestam estes serviços, de cada uma das parcelas e a respetiva associação ao explorador, n.º artigo rústico, nome da parcela, tipo de atividade desenvolvida na parcela e forma de exploração (própria, para o caso de proprietários, arrendatário ou comodotário). Com a identificação dos limites o programa do computador gera automaticamente a superfície de cada parcela e posteriormente, a da exploração agrícola.
3 - Sem a realização deste registo é impossivel receber ajudas públicas, quer ao investimento, quer ao rendimento.
4 - É muito dificil identificar com rigor os limites das parcelas porque não são visiveis em muitas delas e sobretudo, porque basta a deslocação de por exemplo, 0,5 mm para alterar a superfície de determinada parcela.
5 - Há operadores de sala de parcelário que são excelentes profissionais, mas muitos outros que não têm perfil para a função, por não terem competências para lidarem com público ou para trabalharem com novas tecnologias.
6 - Há um desgaste muito grande dos operadores das salas de parcelário porque há períodos do ano em que são invadidos para marcação e confirmação de parcelas, bem como têm de dirrimir conflitos entres pessoas que querem marcar a mesma parcela (os operadores têm de avaliar quem tem legitimidade legal para o fazer) e sobretudo, têm que fazer marcações de parcelas com base em informações de interessados que não conseguem, por falta de jeito, identificar as parcelas (tenho assistido a cenas memoráveis em salas de parcelário: horas seguidas de sucessivas questões que o operador faz ao interessado, tendo como objetivo obter referências para saber a localização ou os limites para marcar a parcela. Muitas vezes, a marcação com sucesso da parcela é feita após várias tentativas em diferentes dias e horas). Outros dos problemas era a base de dados remota não funcionar ou trabalhar de forma muito lenta, não permitindo as gravações.
7 - Apesar da marcação das parcelas e dos investimentos nessas parcelas poder ser feita por entrega de ficheiros de levantamentos GPS muitas das salas dos parcelários não os aceitam

Comentários

Anónimo disse…
Uma dúvida:

O parcelário, no caso de conseguir autorização para utilizar baldios, conterá descrita a minha actividade e a actividade dos outros utilizadores?

Por exemplo, se quiser instalar apiários num baldio que já é usado por pastores, aparecerá no parcelário a minha actividade de apicultura e a actividade de pastorícia dos restantes utilizadores, ou apenas a minha?

Obrigado

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