Questões de um leitor

Um leitor anónimo escreveu o seguinte:

"A questão é...a ministra Assunção Cristas lê este blog? Algum dos seus vários assessores de imprensa o faz e diz à ministra "realmente o Eng.ºJosé Martino tem boas ideias para melhorar o panorama agrícola nacional, deviamos fazer o que ele sugere"?...ou eles estão blindados ao que dizem as pessoas que realmente andam em campo e têm uma melhor noção das necessidades do sector?

Quando falam em banco de terras para 2012 eu penso que, a ser...se for...deverá ser para 2014...com sorte.Entretanto os fundos do ProDer acabam e sem o banco de terras há quem não consiga arranjar terrenos e, por isso, deixe fugir a oportunidade de investimento que os fundos de apoio dão. Isto gera a não criação de emprego, logo, despesas para o estado. Gera mais importações e menos exportações, logo, mais despesas e menos proveitos para o país.As ajudas para os jovens agricultores espero sinceramente que não deixem de existir (mas temo-o), caso contrário está dado o primeiro passo para o envelhecimento e definhamento da agricultura nacional.

O crédito "habitação" aos agricultores é mais uma óptima ideia. Mas a ministra já ouviu esta ideia? É que convinha que não fosse apenas o BE a pegar nisto.

Resumindo e concluindo: Acho que são óptimas ideias as do Eng.º José Martino, mas quem as deve também ter são quem tem o poder de decisão...se não as tiverem é grave, muito grave.

P.S.: Peço desculpa pelo comentário demasiado longo."

Comentários:
1- As questões colocados são assertivas, mas as respostas não fazem parte das minhas preocupações. Para mim o mais importante é, se as ideias forem realmente boas, serão aplicadas, mais tarde ou mais cedo. Como eu existem muitos portugueses com excelentes ideias, as quais devem ser recolhidas e aplicadas. O Ministério da Agricultura deveria ter um Provedor do seu Utilizador para recolher as ideias que os portugueses entendessem facultar, bem como para acompanhar os processos que o este ministério tramita. Esta será uma boa ideia?

2 - Na minha opinião o banco de terras tem todas as condições para avançar em 2012 e produzir efeitos a longo prazo.

3 - O crédito habitação para agricutura pode ser divulgado por cada um de nós, fazendo pressão na opinião pública até que seja implementado.

4 - Agradeço o que escreveu, veiculou excelentes pontos que lançaram pistas para as dificuldades que existem na realidade e que estão além do mundo das ideias. O meu sincero muito obrigado!

Comentários

Anónimo disse…
Boa noite,

Acompanho o seu blog ha algum tempo, mas ha um assunto em que nao estou de acordo consigo.
A agricultura em Portugal nao da, nao esta, nem vai estar para massificaçao. Nao temos meios para concorrer com outros paises que teem outras condiçoes.
A minha opiniao é que a agricultura em Portugal esta para nichos de mercado, temos de apostar em ter qualidade, tentar mudar a ideia que as pessoas teem da agricultura nacional, e das pessoas que trabalham nela, temos de olhar para a agricultura de uma forma empresarial.

Cump
André Almeida
Anónimo disse…
Nós até podíamos ter meios para concorrer com espanhóis e demais países europeus.

A meu ver, um dos factores que levou ao nosso distanciamento em relação aos outros membros da UE foi a má aplicação e/ou falta de aplicação dos fundos comunitários para o sector agrícola.

Os espanhóis aproveitam 100% dos fundos para melhorar a estrutura agro-industrial e para aumentar a área produtiva.

Infelizmente aqui não foi o mesmo. Ao longo do tempo preferiu-se importar produtos agrícolas por seram mais baratos do que produzir.

Não perceberam (os responsáveis governantes) que esses preços de importação eram mais baixos porque o forte investimento na agricultura permitiu formar uma economia de escala no sector agrícola desses países.

Deu-se preferência às boas relações externas, abrindo portas à entrada de produtos a preços mais competitivos que os nossos.

Dá-se subsídios para se deixar de produzir.

Claro que as grandes superfícies comerciais querem facturar o máximo possível e, portanto, preferem comprar leite à Polónia ou laranjas a Espanha. Não existem para fazer favores aos agricultores.

(Atenção que a produção em grande escala nalguns países veio juntamente com a produção desregrada, com consequências graves para os solos, recursos hídricos e ecossistemas...ainda estou para ver o que será do Alqueva daqui a 20 anos, com tanta adubação a escorrer para a albufeira...refiro-me naturalmente aos olivais espanhóis em regime super intensivo).

Concordo que devemos aproveitar nichos de mercado. Já o fazemos com sucesso nalgumas áreas.
Mas não chega. Temos de exportar e consumir cá também.
Temos de produzir com qualidade e em quantidade de tal forma que dificilmente as superfícies comerciais se abasteçam na europa de produtos que podemos produzir aqui.

Para isso, precisamos de investir! Apoiar quem quer produzir. Quem quer produzir acaba por criar empregos.
Apoiar dando condições para tal, como o banco de terras e a garantia de créditos agrícolas.
Apoiar criando condições financeiras para a criação e desenvolvimento da agro-indústria que será uma porta para o escoamento da produção de grandes, médios e pequenos agricultores.

Isto tudo, infelizmente, leva tempo...e requer dinheiro...há tantos anos que entrámos para a UE e ainda não estamos prontos.

Competência e força de vontade precisa-se.

Cumprimentos,
PM

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