Alguns dados que devem merecer profunda reflexão do próximo ministro da Agricultura

O INE publicou o seguinte preâmbulo no Recenseamento Geral da Agricultura de 2009:

A comparação dos resultados de 1999 com 2009,
evidencia os seguintes aspectos principais:
- Uma em cada quatro explorações agrícolas cessou
actividade, mas a superfície das explorações ainda
ocupa metade do território nacional;
- As explorações de pequena dimensão continuam a
predominar, mas 2/3 da Superfície Agrícola Utilizada
(SAU) já é gerida por explorações de dimensão
superior a 50 hectares de SAU;
- Aumento da SAU por exploração em mais de 2,5
hectares, passando em média de 9,3 hectares para
cerca de 12 hectares, em resultado da absorção
das superfícies das pequenas explorações pelas de
maior dimensão;
- O número de sociedades agrícolas (empresas
agrícolas) cresceu 23% e já exploram 27% da
Superfície Agrícola Utilizada;
- A paisagem agrícola alterou-se para sistemas de
produção mais extensivos, com as pastagens
permanentes a ocuparem praticamente metade da
Superfície Agrícola Utilizada;
- Verificou-se uma acentuada redução da superfície
de cereais para grão, em cerca de 244 mil hectares;
- A superfície regada decresceu 23%;
- A dimensão média das explorações com efectivos
bovinos e suínos duplicou;
- O número de tractores aumentou 10%;
- A população agrícola familiar perde 443 mil indivíduos
mas ainda representa 7% da população residente;
- As mulheres representam 1/3 dos produtores
agrícolas e aumentam a sua importância em 8 pp.;
- A média de idades dos produtores agrícolas aumentou
4 anos.
- As explorações agrícolas apresentam em média 15,2
mil euros de Valor de Produção Padrão Total;
- O produtor agrícola tipo é homem, tem 63 anos,
apenas completou o 1º ciclo do ensino básico, tem
formação agrícola exclusivamente prática e trabalha
nas actividades agrícolas da exploração cerca de
22 horas por semana;
-A sementeira directa é efectuada em 4% das terras
aráveis;
- 10% das terras aráveis não têm cobertura vegetal
durante o Inverno;
- O enrelvamento da entrelinha é praticado por 10%
das explorações com culturas permanentes;
- As explorações agrícolas nacionais representam
cerca de 3% das explorações e 2% da SAU da UE;
- A dimensão das explorações agrícolas em Portugal
é, em média, 5 hectares inferior à da UE.

Qual a melhor opção política para dar a volta a este caminho inexorável que a agricultura portuguesa em crise percorre rumo ao abismo?

Na minha opinião é preciso que o ministério da Agricultura cumpra os prazos legais dos processos que tem de tramitar, promovendo-o a partir do 3.ª mês após a tomada de posse (caso seja manifestamente impossivel cumprir os prazos temporais deve ser alterados para que possam ser escrupulosamente cumpridos).

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