Pêra Rocha: A árvore das patacas!
O Jornal Público do passado Domingo dia 15 de Maio de 2010, publicou um artigo com o seguinte titulo: "No Oeste a produção e exportação de pêra-rocha não pára de crescer"
e o seguinte subtitulo: "Portugal produz 200 milhões de euros de pêra-rocha e vende para o estrangeiro 150 milhões. Reino Unido, França e Brasil absorvem 75 por cento das exportações"
Segundo este jornal no XVI Encontro Anual dos Produtores de Pêra Rocha foram anunciados "Os números são expressivos: em 2010 Portugal produziu 171 mil toneladas
de pêra-rocha, das quais exportou 80 mil toneladas, sobretudo para o Reino Unido (27 por cento do total de exportações), França (25 por cento) e Brasil (24 por cento). O quarto país de destino já fica a uma diferença abissal dos três primeiros – é a Rússia, com 5,4 por cento das exportações, seguido da Irlanda, com 5,1 por cento"
"Torres Paulo, presidente da ANP, diz que na campanha do ano passado facturaram- se 200 milhões de euros, dos quais 150 no mercado externo. Esta associação representa 2500 pericultores, responsáveis por um volume de vendas de 120 milhões de euros. Quatro delas – Unirocha, Coopval (ambas do Cadaval), Granfer (Óbidos) e Primofruta (Bombarral) – venderam 44 mil toneladas para o estrangeiro, o que significa 54 por cento das exportações."
Pelas minhas contas, com base na notícia do Jornal Público: oitenta mil toneladas de pêras exportadas representam cento e cinquenta milhões de euros, o que dá um preço médio de 1,875 €/kg. Por outro lado, as noventa e uma mil toneladas vendidas em Portugal representam cinquenta milhões de euros, o que equivale a um preço médio de 0,6 €/kg.
Estes números fazem da cultura da pêra rocha uma das actividades mais rentáveis de Portugal! Os pericultores em escasso número de anos, com este nível de rendimento, podem ficar ricos (se a produtvidade for de 40 t/ha, o rendimento bruto será da ordem de 40 000 euros/ha, ou seja, um preço médio de venda de 1,56€/kg (25% de 0,6€/kg e 75% de 1,875 €/kg), ao que se retira 0,56 €/kg para conservação, normalização, embalagem, comercialização, etc.).
Repito, um pericultor, por mais fraco que seja pode receber mais de vinte mil euros por hectare. Enquanto se for bom produtor pode atingir mais de quarenta mil euros por hectare. Estes números impressionam!!!
e o seguinte subtitulo: "Portugal produz 200 milhões de euros de pêra-rocha e vende para o estrangeiro 150 milhões. Reino Unido, França e Brasil absorvem 75 por cento das exportações"
Segundo este jornal no XVI Encontro Anual dos Produtores de Pêra Rocha foram anunciados "Os números são expressivos: em 2010 Portugal produziu 171 mil toneladas
de pêra-rocha, das quais exportou 80 mil toneladas, sobretudo para o Reino Unido (27 por cento do total de exportações), França (25 por cento) e Brasil (24 por cento). O quarto país de destino já fica a uma diferença abissal dos três primeiros – é a Rússia, com 5,4 por cento das exportações, seguido da Irlanda, com 5,1 por cento"
"Torres Paulo, presidente da ANP, diz que na campanha do ano passado facturaram- se 200 milhões de euros, dos quais 150 no mercado externo. Esta associação representa 2500 pericultores, responsáveis por um volume de vendas de 120 milhões de euros. Quatro delas – Unirocha, Coopval (ambas do Cadaval), Granfer (Óbidos) e Primofruta (Bombarral) – venderam 44 mil toneladas para o estrangeiro, o que significa 54 por cento das exportações."
Pelas minhas contas, com base na notícia do Jornal Público: oitenta mil toneladas de pêras exportadas representam cento e cinquenta milhões de euros, o que dá um preço médio de 1,875 €/kg. Por outro lado, as noventa e uma mil toneladas vendidas em Portugal representam cinquenta milhões de euros, o que equivale a um preço médio de 0,6 €/kg.
Estes números fazem da cultura da pêra rocha uma das actividades mais rentáveis de Portugal! Os pericultores em escasso número de anos, com este nível de rendimento, podem ficar ricos (se a produtvidade for de 40 t/ha, o rendimento bruto será da ordem de 40 000 euros/ha, ou seja, um preço médio de venda de 1,56€/kg (25% de 0,6€/kg e 75% de 1,875 €/kg), ao que se retira 0,56 €/kg para conservação, normalização, embalagem, comercialização, etc.).
Repito, um pericultor, por mais fraco que seja pode receber mais de vinte mil euros por hectare. Enquanto se for bom produtor pode atingir mais de quarenta mil euros por hectare. Estes números impressionam!!!
Comentários
Alguém me poderia ilucidar sobre os números que faltam?
Obrigado.
Mas aparece sp. uma enorme dúvida que ma faz não avançar: com se consegue arranjar mercado?
a quem nos dirigimos?
como se faz com a pera rocha que até me pareceu interessante?
E o preço de venda da pêra, revelado na notícia, apenas é válido caso a venda seja realizada directamente no mercado final...por outro lado, para conseguirmos escoamento precisamos de pertencer a uma associação de produtores ou, pelo menos, vender a um intermediário...portanto, o preço ao produtor será menor...
Além disso temos o facto da pêra não ser uma cultura que rapidamente se torne rentável...será necessário algum tempo até que a produção seja elevada o suficiente para se retirar bom rendimento...até lá não se recebe salário e fez-se grande investimento...não é propriamente como pedir dinheiro ao banco para produzir rosas ou cravos, apesar do menor valor de investimento...
Tenho uma outra observação/dúvida:
Um artigo da revista FLF refere que, segundo dados a Interpera 2010, relativos à campanha da pêra rocha de 2009, o custo de produção rondaria os 8.500€/ha, com um custo de 0,28€/kg, sendo que o custo total de produção (incluindo os cuidados pós-colheita) estariam na ordem dos 0,63€/kg.
A questão mais directa e que me parece óbvia será: a pêra rocha permite uma estabilidade financeira ao longo dos, pelo menos, 20 anos de duração do pomar, ou será um rendimento muito variável ao longo dos anos? Dará para viver (confortavelmente) da pêra rocha com um hectare?
Em termos comparativos, parece-me óbvio que produzir pêra rocha é um negócio bem menos exigente em termos de investimento inicial e de custos variáveis do que outras culturas como flores ou frutos vermelhos. Para alguém com poucos recursos financeiros, mas com muita vontade de meter mãos à obra, parece-me uma boa opção, a par das aromáticas, talvez...é, em grande parte, uma questão de garantia de escoamento.
Só quem consegue produzir acima das 40ton/ha é que consegue rentabilizar o investimento.
Um pomar novo só a partir do 5/6 ano é que consegue chegar a esse patamar.Para tal necessita de ser um pomar regado e com uma densidade de plantação intensiva.Os tais 20 000Euros/ha de investimento só dizem respeito as arvores,rega,mão de obra,preparção do terreno,materia organica e adubos.Segundo a minha experiência só ao fim dos 6/8 anos é que se consegue entrar na fase do projecto em que há retorno do investimento.Para tal é necessario uma eficácia excelente da concretização do projecto.
Concluindo o risco é grande principalmente para quem se inicia na actividade agricola,sem capital proprio e outras fontes de rendimento.
Face aos números que indica sobre os peços de liquidação que pericultores recebem pelas suas pêras, há uma conclusão a tirar: ou os preços que indica não são os reais (deveriam ser 60 cêntimos de acordo com os números expressos no Jornal Público) ou os preços indicados ao Jornal Público estão "muito exagerados" face á realidade desta fileira. Qual será a verdade?
Atentamente Pedro Faria